Manaus (AM) – Nesta semana, um relatório apurado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que apurou fortes indícios de manipulação de resultado de jogo por parte do Iranduba Esporte Clube, levou a Federação Amazonense de Futebol (FAF) a punir o time com suspensão de 2 anos e uma multa no valor de R$ 100 mil.
A suposta manipulação refere-se à partida entre o Amazonas, nesta 5ª rodada, com um placar de 7 a 0. Nesta terça-feira (28), o presidente da FAF, Ednailson Rozenha, afirmou que já entregou ao Degelado Geral de Polícia Civil do Amazonas, Bruno Fraga, o referido relatório e os jogadores devem ser chamados para prestar depoimentos.
Para Rozenha, as evidências são contundentes. “O delegado deu início às investigações, vai começar as oitivas e a gente espera que, na parte criminal, os envolvidos sejam punidos. Que sirva, definitivamente, como exemplo para que essa quadrilha que forja resultados no futebol pelo país possa se esvair do Amazonas”, declarou o presidente da FAF.
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Ainda de acordo com Rozenha, o próximo passo é entregar as mesmas informações ao Ministério Público Estadual (MPE/AM). “Não vão se criar aqui, porque nós não vamos deixar. Na sequência, vamos à Polícia Federal e também ao Ministério Público [Estadual] buscar uma força tarefa e vamos para cima”, declarou.
Punição
Com as medidas tomadas pela FAF, o Iranduba também perde a participação na categoria feminina, ficando proibido de participar do Campeonato Brasileiro Feminino – Série A3. O caso segue investigado, ainda, pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Amazonas (TJD-AM).
No mais, como aplicação da punição, o Hulk da Amazônia está eliminado do Barezão 2023, classificando, agora, o Operário para as quartas de final.
Defesa
O portal Apoena entrou em contado com a presidência do Iranduba Esporte Clube da Amazônia. De acordo com o atual presidente do time, Stênio Régis, nenhuma notificação foi recebida, até o momento. Porém, o time vai se manifestar em tempo apropriado e com todas as informações apuradas para sua defesa.
O Iranduba também divulgou uma nota à imprensa em suas redes sociais, rebatendo as acusações e afirmando que ” A EPD Esporte Clube Iranduba da Amazônia vem através desta prestar esclarecimentos aos seus torcedores e à sociedade amazonense relativo à coletiva de impressa ocorrida na data de hoje (27/02/2023) na Federação Amazonense de Futebol (FAF), na qual o presidente desta, Ednailson Rozenha, de maneira ARBITRÁRIA, decidiu pela aplicação de suspensão da EPD Iranduba pelo restante do campeonato Amazonense 2023 e rebaixamento, baseado no ofício que a FAF recebeu da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) contendo o
relatório SportRadar sobre a suspeita de manipulação de partidas“, diz um trecho do documento.
Em seguida, a nota do time também reforça que “A saber, a SportRadar é uma agência de monitoramento de apostas esportivas que atua em âmbito mundial e trabalha em cooperação com a CBF na elaboração de relatórios para apurar possíveis esquemas de fraudes em partidas
esportivas disputadas em todo Brasil. Após a confecção de tal relatório pela SportRadar, a CBF elabora um ofício, como o recebido pelo presidente da FAF. A partir de tal ofício, o correto seria ser iniciado um inquérito para início das investigações para comprovar ou descartar tal infração, pois tal ofício é apenas um alerta para uma possível irregularidade e não uma prova absoluta e
incontestável da infração. Prova disso, é que em 2022, de acordo com o Superior Tribunal de
Justiça Desportiva do Futebol (STJD), este tribunal recebeu nove ofícios do Departamento de Competições da CBF, como o ofício recebido pela FAF, para apurar possíveis esquemas de fraudes em jogos disputados no Brasil. Destes nove ofícios, um caso gerou denúncia e foi julgado no STJD, enquanto cinco estão sob inquérito e três foram arquivados após análise e comprovação da ausência de infração desportiva“, afirma.
Para finalizar, não concordando com os procedimentos adotados, o time deve recorrer nas esferas cabíveis da decisão. ” … só podemos afirmar que a decisão do
presidente da FAF foi arbitrária, pois não obedeceu ao processo legal, no qual
deveria ser dada oportunidade ao Iranduba ao princípio constitucional do
contraditório e da ampla defesa. O presidente da FAF não obedeceu ao que diz o artigo 111 do estatuto da própria FAF, que é uma transcrição do artigo 48, §2º da Lei 9.615/98 (Lei Pelé)2
que explica que a penalidade de suspensão somente poderá ser aplicada após
decisão definitiva da Justiça Desportiva, o que não ocorreu. Por fim, a EPD Esporte Clube Iranduba da Amazônia deixa claro que irá recorrer ao Tribunal de Justiça Desportiva do Amazonas (TJD-AM) e, se fora o caso, ao STJD para provar sua inocência e seriedade com o futebol do Amazonas”, finaliza a nota.
Uma coletiva de imprensa está programada, nesta semana, para que o Iranduba trate do assunto e possa dar sua versão dos fatos.