Manaus (AM) – Bares no Centro Histórico trazem parte da história da cidade. Com quase 60 anos de história, o Bar Caldeira, tombado como Patrimônio Cultural Imaterial do Amazonas, abriu mais uma unidade, o Caldeira da Vila, no bairro Nossa Senhora das Graças, na Zona Centro-Sul da capital.
O Vanguarda do Norte visitou o nova local e aproveitou para conversar com o proprietário, Carbajal Gomes, conhecer a história e saber as expectativas para o novo empreendimento. Confira!
Novo desafio e o futuro
A iniciativa de abrir uma nova unidade surgiu a partir da necessidade de evolução sentida pelos frequentadores do Caldeira, chamados carinhosamente de “caldeirenses”.
“Estávamos adiando o sonho de fazer outros ‘Caldeiras’. Mas apareceu essa oportunidade e tem sido um grande sucesso”, vibrou.
Carbajal não descarta a abertura de novos ‘Caldeiras’ pois, segundo ele, ‘é movido por realizações’.
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Bebida e comida boas
Além da música, o Caldeira da Vila conta com uma variedade de bebidas e petiscos como atrativos do espaço. O destaque fica por conta dos clássicos chopps e drinks com receita própria.
Segundo Carbajal, o cardápio do estabelecimento faz muito sucesso, mas o público já elegeu os petiscos preferidos.
Um deles é o Misto do Portuga, um sanduíche de pernil com queijo do reino e molho de pimenta da casa.
O outro, muito pedido para acompanhar um chopp ou uma cerveja, é a Linguiça Embriagada, feita de carne suína picante, famblada na cachaça do tribuno, com farofa e vinagrete.
Famosa também é a tradicional feijoada do Caldeira, nos fins de semana, servida nas duas unidades.
“Nesse quesito, há uma certa diferença entre a unidade do Centro e a daqui do Boulevard. Costumo dizer que no Centro é um ‘pé sujo’ e aqui é um ‘pé sujo com as unhas feitas’”, brincou Carbajal.
História
O nome “Caldeira” começou a ser utilizado após a explosão de uma das caldeiras da Santa Casa de Misericórdia, ocorrida em 14 de janeiro de 1970.
Em 2012, o local passou a ser administrado por Carbajal Gomes. O espaço passou a ser conhecido por todos no Amazonas, Brasil e no exterior.
O apelido começou a ser usado por frequentadores do bar que usaram o ocorrido como referência para o local, que o chamavam apenas como “Bar onde explodiu a Caldeira”.
Com a expressão popularizada, o aniversário do Bar Caldeira passou a ser comemorado no dia da explosão: 14 de janeiro.
“Foi o momento mais emblemático. É o único estabelecimento de Manaus que conta uma história assim. Nós temos um nome que foi dado pela própria população ”, disse.
Em 2015, o bar recebeu uma placa que registra o seu tombamento como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Amazonas, através da Lei Estadual Nº 4.199, sancionada em 23 de julho de 2015.
Parada obrigatória
Considerado um ponto turístico da capital, o Caldeira atrai turistas e curiosos de todo o país.
“O Caldeira faz parte da economia local. É um produto que as pessoas de fora compram. Muitos dizem que ‘se você vem em Manaus, tem que conhecer o Caldeira’. Ou seja, ele precisa ser visto com um local que agrega valor ao nosso estado”, afirmou.
Bodas de Diamante
Prestes a comemorar 60 anos de existência, o Caldeira se mantém como o berço da cultura boêmia, frequentado por artistas, estudantes, políticos, trabalhadores e jornalistas. E Carbajal faz uma reflexão sobre as mudanças ocorridas desde o início.
“De 1963 até 2023, o Brasil passou por altos e baixos. Passamos por várias fases. Durante a pandemia, nós quase fechamos. Mas, como é um bar tombado e conhecido, conseguimos reerguê-lo”, relembrou.
Visitas ilustres
Grandes artistas brasileiros que já puseram os pés no Bar Caldeira. Uma das visitas foi do poetinha Vinícius de Moraes, que escreveu uma carta.
“Declaro, proclamo e assino que, nesta sexta-feira, 13 do mês de setembro de 1974 estive no ‘Caldeira’, na boa e carinhosa companhia dos maiores boêmios de Manaus. E adorei!”, diz o registro.
O local já recebeu outros artistas como Silvio Caldas, Jair Rodrigues, Jamelão, Kátia Maria, Dona Ivone Lara, Nazaré Lacoute e Celestina Maria.
Caldeira da Vila
A unidade do Boulevard abre para público de terça a domingo, das 19h às 00h, com música ao vivo. Sábados e domingos, a música começa às 13h. Já na unidade do Centro é música de domingo a domingo.
“O nosso bar é o único com essa pegada e o Caldeira da Vila tem um trabalho muito bacana. Muita gente ainda não o conhece. O local está bonito, é bem localizado e está de portas abertas para receber todas as pessoas”, convidou Carbajal.
O Caldeira da Vila fica na Avenida Maceió, 497, bairro Nossa Senhora das Graças. Para mais informações, siga as redes sociais do espaço: @barcaldeiraoficial.