Manaus (AM) – Bares no Centro Histórico trazem parte da história da cidade. Com quase 60 anos de história, o Bar Caldeira, tombado como Patrimônio Cultural Imaterial do Amazonas, abriu mais uma unidade, o Caldeira da Vila, no bairro Nossa Senhora das Graças, na Zona Centro-Sul da capital.
O Vanguarda do Norte visitou o nova local e aproveitou para conversar com o proprietário, Carbajal Gomes, conhecer a história e saber as expectativas para o novo empreendimento. Confira!
Novo desafio e o futuro
![Área interna do Caldeira da Vila, unidade da Zona Centro-Sul (Foto: Vanguarda do Norte)](https://vanguardadonorte.com.br/wp-content/uploads/2023/03/Caldeira-da-Vila-9.jpeg)
A iniciativa de abrir uma nova unidade surgiu a partir da necessidade de evolução sentida pelos frequentadores do Caldeira, chamados carinhosamente de “caldeirenses”.
“Estávamos adiando o sonho de fazer outros ‘Caldeiras’. Mas apareceu essa oportunidade e tem sido um grande sucesso”, vibrou.
Carbajal não descarta a abertura de novos ‘Caldeiras’ pois, segundo ele, ‘é movido por realizações’.
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Bebida e comida boas
![O petisco "Linguiça Embriagada", do Caldeira da Vila, é o mais pedido (Foto: Vanguarda do Norte)](https://vanguardadonorte.com.br/wp-content/uploads/2023/03/Caldeira-da-Vila-2.jpeg)
Além da música, o Caldeira da Vila conta com uma variedade de bebidas e petiscos como atrativos do espaço. O destaque fica por conta dos clássicos chopps e drinks com receita própria.
Segundo Carbajal, o cardápio do estabelecimento faz muito sucesso, mas o público já elegeu os petiscos preferidos.
Um deles é o Misto do Portuga, um sanduíche de pernil com queijo do reino e molho de pimenta da casa.
O outro, muito pedido para acompanhar um chopp ou uma cerveja, é a Linguiça Embriagada, feita de carne suína picante, famblada na cachaça do tribuno, com farofa e vinagrete.
Famosa também é a tradicional feijoada do Caldeira, nos fins de semana, servida nas duas unidades.
“Nesse quesito, há uma certa diferença entre a unidade do Centro e a daqui do Boulevard. Costumo dizer que no Centro é um ‘pé sujo’ e aqui é um ‘pé sujo com as unhas feitas’”, brincou Carbajal.
História
![Recorte de jornal da explosão da caldeira da lavanderia da Santa Casa de Misericórdia, em 14 de janeiro de 1970 (Foto: Acervo Blog do Rocha)](https://vanguardadonorte.com.br/wp-content/uploads/2023/03/explosao-caldeira.jpg)
O nome “Caldeira” começou a ser utilizado após a explosão de uma das caldeiras da Santa Casa de Misericórdia, ocorrida em 14 de janeiro de 1970.
Em 2012, o local passou a ser administrado por Carbajal Gomes. O espaço passou a ser conhecido por todos no Amazonas, Brasil e no exterior.
O apelido começou a ser usado por frequentadores do bar que usaram o ocorrido como referência para o local, que o chamavam apenas como “Bar onde explodiu a Caldeira”.
Com a expressão popularizada, o aniversário do Bar Caldeira passou a ser comemorado no dia da explosão: 14 de janeiro.
“Foi o momento mais emblemático. É o único estabelecimento de Manaus que conta uma história assim. Nós temos um nome que foi dado pela própria população ”, disse.
Em 2015, o bar recebeu uma placa que registra o seu tombamento como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Amazonas, através da Lei Estadual Nº 4.199, sancionada em 23 de julho de 2015.
Parada obrigatória
![Caldeira da unidade do Centro, numa noite de samba (Foto: Juliana Rosa)](https://vanguardadonorte.com.br/wp-content/uploads/2023/03/Bar-Caldeira-Divulgacao-credito-Juliana-Rosa.jpg)
Considerado um ponto turístico da capital, o Caldeira atrai turistas e curiosos de todo o país.
“O Caldeira faz parte da economia local. É um produto que as pessoas de fora compram. Muitos dizem que ‘se você vem em Manaus, tem que conhecer o Caldeira’. Ou seja, ele precisa ser visto com um local que agrega valor ao nosso estado”, afirmou.
Bodas de Diamante
Prestes a comemorar 60 anos de existência, o Caldeira se mantém como o berço da cultura boêmia, frequentado por artistas, estudantes, políticos, trabalhadores e jornalistas. E Carbajal faz uma reflexão sobre as mudanças ocorridas desde o início.
“De 1963 até 2023, o Brasil passou por altos e baixos. Passamos por várias fases. Durante a pandemia, nós quase fechamos. Mas, como é um bar tombado e conhecido, conseguimos reerguê-lo”, relembrou.
Visitas ilustres
![Visita do poeta Vinícius de Moraes ao Bar Caldeira, em 1974 (Foto: Acervo Blog do Rocha)](https://vanguardadonorte.com.br/wp-content/uploads/2023/03/bar-caldeira-vinicius-de-moraes.jpg)
Grandes artistas brasileiros que já puseram os pés no Bar Caldeira. Uma das visitas foi do poetinha Vinícius de Moraes, que escreveu uma carta.
“Declaro, proclamo e assino que, nesta sexta-feira, 13 do mês de setembro de 1974 estive no ‘Caldeira’, na boa e carinhosa companhia dos maiores boêmios de Manaus. E adorei!”, diz o registro.
O local já recebeu outros artistas como Silvio Caldas, Jair Rodrigues, Jamelão, Kátia Maria, Dona Ivone Lara, Nazaré Lacoute e Celestina Maria.
Caldeira da Vila
![Carbajal Gomes, proprietário do Caldeira, não destaca a abertura de novas unidades (Foto: Vanguarda do Norte)](https://vanguardadonorte.com.br/wp-content/uploads/2023/03/Caldeira-da-Vila-5.jpeg)
A unidade do Boulevard abre para público de terça a domingo, das 19h às 00h, com música ao vivo. Sábados e domingos, a música começa às 13h. Já na unidade do Centro é música de domingo a domingo.
“O nosso bar é o único com essa pegada e o Caldeira da Vila tem um trabalho muito bacana. Muita gente ainda não o conhece. O local está bonito, é bem localizado e está de portas abertas para receber todas as pessoas”, convidou Carbajal.
O Caldeira da Vila fica na Avenida Maceió, 497, bairro Nossa Senhora das Graças. Para mais informações, siga as redes sociais do espaço: @barcaldeiraoficial.