Manaus (AM)- As próximas eleições serão apenas em 2024, mas a disputa nos bastidores da política amazonense já começou. Prefeituras e Câmaras municipais dos 62 municípios do Amazonas têm as cadeiras mais desejadas e, conforme disseram à nossa reportagem, nomes “consagrados” e sem mandato estão de olho nelas.
O petista Zé Ricardo que ficou sem uma vaga na Câmara Federal, disse que pretende disputar uma vaga nas eleições municipais. Ele quer que o Partido dos Trabalhadores (PT) lance chapas de vereadores, federado como já está com o PCdoB e PV.
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Zé Ricardo ressaltou que o PT deve lançar também candidato para a prefeitura de Manaus e coloca o nome à disposição para a disputa.
“Me coloco mais uma vez à disposição do partido e defendo que esse processo pela definição da chapa dos vereadores quanto um direcionamento para prefeito aconteça já.”
O ex-deputado já tentou por duas vezes o cargo de Executivo Municipal e uma delas ficou em 3º lugar.
À direita
Desde que perdeu as eleições para o Senado, o bolsonarista Coronel Menezes (PL), foi imediatamente colocado no topo da lista de candidato a prefeito da direita.
Ele obteve 717.684 votos, mas resta saber se com Jair Bolsonaro fora do poder, seu nome terá tanto apela em 2024.
Menezes é o contraponto a Zé Ricardo, representando a polarização entre esquerda e direita no Amazonas.
Além da esquerda, precisa impedir que aconteça a mesma cena de 2020, quando Alberto Neto entrou na disputa e dividiu os votos da direita.
“O PL vai ter protagonismo nas próximas eleições e confio no direcionamento do meu presidente, por isso coloco o meu nome disposição do meu partido”, ressaltou.
Ele ainda destacou que esse ano vai se dedicar a assuntos pessoais que ficaram pendentes “em virtude das eleições do ano passado”.
Serafim e Chico Preto divergem
Estado, o ex-deputado estadual, Serafim Corrêa (PSB), e o ex-vereador Chico Preto têm planos opostos.
Serafim obteve mais de 23 mil votos no pleito de 2022 e não conseguiu a reeleição. Ele disse logo após o resultado do pleito que iria se dedicar a vida no setor jurídico e não pretendia disputar nenhum cargo nas eleições de 2024.
“A política só tem porta de entrada e pretendo fazer política independente de mandato. Não disputarei as próximas eleições.”
Chico Preto, ainda filiado ao partido de David Almeida (Avante), não desistiu, colocando-se como nome viável para mais uma disputa, após problemas com a Justiça eleitoral no ano passado. “Reafirmo que a caminhada dia a dia ao longo de 2023 e início de 2024 trará clareza sobre os planos de concorrer ou não algum cargo”, disse.
A Câmara de Vereadores de Manaus terá 31 cadeiras em disputa, e da decisão do prefeito David Almeida, que deve deixar o Avante, muito vai se definir sobre o futuro de como esses espaços serão preenchidos no parlamento municipal.
Mulheres ainda tentam ganhar protagonismo
As eleições de 2024 devem repetir o desafiador cenário de todos os outros pleitos para as mulheres. Carol Braz, candidata a prefeita e governadora nas duas últimas disputas, Joana Darc, segunda colocada na votação para a Aleam ano passado, e Yomara Lins, que se destacou como prefeita interina, são nomes cotados para a disputa da Prefeitura, como cabeça de chapa, ou vice.
Na Câmara Municipal de Manaus, das 41 vagas, apenas quatro são ocupadas por elas. Glória Carrate (PL), Professora Jacqueline (União Brasil), Thaysa Lippy (Progressistas) e Yomara Lins (PRTB), eleitas em 2020.
O número de eleitas vem caindo (em 2008 eram seis). No Brasil, em 24 de fevereiro de 1932, as mulheres passaram a ter a prerrogativa de participar da escolha dos representantes políticos por meio do voto. O direito só foi reconhecido por meio do Decreto nº 21.076, do então presidente Getúlio Vargas.
Com a instituição do Código Eleitoral, também naquele ano foi criada a Justiça Eleitoral.
Ainda assim, ao que parece, o eleitorado feminino ainda não uniu forças para eleger mais parlamentares em novo do ainda “sexo frágil” na política amazonense.
Prefeito é candidato e favorito
Obras em tempo recorde, parceria com o governador Wilson Lima (UB) e alto nível de popularidade com uma gestão aprovada nas ruas, colocam o prefeito de Manaus David Almeida (Avante) como favorito à ser reeleito.
Domínio de postos estratégicos na CMM e na Aleam, e capacidade de articulação que fez crescr o Avante desde sua chegada, dão ao atual ocupante da cadeira um cenário favorável quando se olha o jogo.
David mantem firme o discurso que é do Avante, mas tem convite do PP do vice-prefeito Marcos Rotta, numa federação nacional com o UB que aumentar ainda mais suas condições como candidato.
Avante
Com a chegada de David ao Avante, o partido cresceu. Hoje, a legenda tem o prefeito, o vice-governador do Estado, quatro deputados estaduais, cinco vereadores na Câmara Municipal de Manaus, 32 vereadores no interior e mais quatro vice-prefeitos no Amazonas.
David tem acordo para devolver a Wilson a gentileza política de dar ao governador a decisão de indicar o vice da chapa.
O Avante foi cotado para entrar na Federação que os partidos de Wilson e Rotta finalizam no cenário nacional, mas cada vez mais distante da dupla por exigir mais do que os aliados querem dar, a desistência de federar pode tirar David do partido e levar junto os parlamentares da sigla.
“Existe esse convite já feito, está pendente apenas de o David aceitar. Estamos acompanhando, agora, uma possível federação entre União Brasil, Progressistas e o partido Avante, então isso pode complicar um pouco o ingresso do David, mas é ele que vai decidir. No momento certo vai decidir o rumo que vai tomar”, afirmou Rotta.
Além de David Almeida, Amom Mandel, Roberto Cidade, Zé Ricardo, Coronel Menezes e Carol Braz são nomes cotados para concorrer à chave da cidade.
Todos, pelo cenário atual, terão o desafio de derrotar um político que hoje domina também as Comissões principais na CMM, tem a segunda maior bancada na Aleam, a primeira está no partido do aliado Wilson. Não é pouca coisa.