Manaus (AM) – Inúmeros casos de pedofilia na internet são registrados diariamente em todo o mundo. Esse problema é uma das maiores preocupações da sociedade, principalmente de pais e responsáveis de crianças e adolescentes, pois infelizmente a internet se tornou o local ideal para criminosos explorarem o acesso se aproximando de vítimas vulneráveis sexualmente. No Brasil o crime de pornografia infantil na internet cresce a cada ano.
Conforme um relatório divulgado pela organização não governamental (ONG) Safernet Brasil, que monitora e combate crimes na internet, houve um aumento de 21,8% nos casos no ano de 2020, em comparação com o ano anterior. De acordo com a ONG, cerca de 90% dos casos estavam os crimes de divulgação de imagens e vídeos de crianças sendo abusadas sexualmente. A maioria das vítimas eram meninas de 6 e 11 anos.
Diante disto, as autoridades vêm trabalhando em conjunto com organizações internacionais buscando cada vez mais métodos para identificar e localizar esses abusadores, visto que a maioria do conteúdo ilegal está hospedado em servidores estrangeiros, o que dificulta as investigações.
A equipe de reportagem do Vanguarda do Norte falou com a delegada, Joyce Coelho, titular da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), que explicou a atuação desses criminosos, onde na maioria dos casos eles se aproveitam de aplicativos de mensagens instantâneas, redes sociais e jogos online para se aproximar das crianças, e assim ganhar sua confiança, induzindo-as a ceder vídeos e imagens explícitas.
“A internet ao tempo que é importante no desenvolvimento de toda pessoal, de toda criança e adolescente no sentido de informação, apresenta também vários riscos. Então os pais e responsáveis de crianças e adolescentes devem estar sempre atentos fiscalizando, monitorando. Crianças e adolescentes geralmente não têm esse discernimento necessário para identificar certas situações que podem culminar no cometimento de um crime. Então criança e adolescente podem ser cooptados via internet onde podem ser induzidas a encaminhar fotos, vídeos com imagens do seu corpo, com ‘nudes’ como a gente chama, então elas são seduzidas ou com ofertas de trabalhos como modelo que é o sonho de várias meninas e de meninos também”,
explicou.
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A autoridade ainda contou que os abusadores geralmente utilizam técnicas de manipulação para atrair as crianças e adolescentes, utilizando perfis fakes, muitas vezes se passando por outras crianças para ganhar sua confiança. Eles oferecem presentes, fazem promessas para assim ganhar a confiança das vítimas.
“A DEPCA já registrou inúmeros casos de cooptação feitas na internet que acabaram em flagrante de estupro de vulneráveis onde através de perfis fakes acabaram induzindo essas crianças a liberar imagens, e depois essas imagens foram usadas como forma de chantagem onde as crianças foram obrigadas a se encontrar com o abusador. E nesses encontros acabou resultando em estupro de vulnerável, que é um crime hediondo, uma consequência extrema desse ato. Então desde pequena a criança deve ser orientada”,
detalhou a delegada.
A confiança entre pais e filhos
Para prevenir as crianças desse crime hediondo que é a pedofilia, é importante que os pais e responsáveis orientem suas crianças e adolescentes quanto ao uso da internet com segurança buscando sempre dialogar sobre os perigos em elas estão expostas nas plataformas. Para o Especialista em Segurança do Trabalho, José Andrade, o uso da internet é muito importante para a evolução dos filhos, mas que na plataforma existe o lado positivo e negativo.
“Como pai vejo que o acesso da internet para as crianças tem muitos pontos positivos, porém há pontos negativos também. Em relação aos pontos positivos eu vejo que a internet traz muitos ensinamentos e facilita um amadurecimento nas crianças desde que bem acompanhado pelos pais. Mas o ponto negativo é em relação a liberdade do acesso principalmente em relação às redes sociais, porque a gente nunca sabe quem pode estar se conectando aos nossos filhos do outro lado da tela, são pessoas que a gente não conhece, não sabe a intenção e acabam tendo acesso aos nossos filhos. Como para as crianças é tudo uma curiosidade as pessoas se aproveitam disso para muita das vezes fazer o mal”,
contou José.
Além de fiscalizar os aparelhos dos filhos, ele e sua esposa sempre buscam dialogar com eles de maneira que eles sintam confiança para expor qualquer situação em que se sintam ameaçados.
“Eu e minha esposa buscamos sempre sermos amigos dos nossos filhos, antes de agir com métodos de segurança onde podemos ter o controle dos aparelhos que conectam as crianças na internet, nós buscamos sempre conversar com eles, mostra os riscos, mostrar o que não é correto, o que não podem aceitar, mostramos os riscos que a internet traz, é nesse momento que entra o amadurecimento neles porque qualquer situação que eles ficam em dúvida se é normal ou não eles mesmos nos alertam e perguntam, porque foram bem orientados”,
finalizou.
A exposição nas redes sociais
Segundo a titular da Depca, a exposição nas redes sociais é um excelente meio para que os praticantes desse crime consigam informações e assim atrair as vítimas oferecendo aquilo que a criança ou o adolescente mais mostram ter um desejo. Além disso ela relata que diante dos inúmeros casos que já chegou na especializada não só as meninas são alvos mas também os meninos.
“Existe um cooptação pela internet que através das redes sociais o abusador identifica pelos perfis o interesse da criança ou o adolescente por determinadas atividades. Então é importante que haja uma fiscalização dos pais nesses perfis. Na maioria dos casos as vítimas são meninas, mas os meninos também são alvos. Geralmente para os meninos essa troca acontece quando se oferece uma vaga em um time de futebol, ou alguma outra situação que ele se interesse”,
disse.
Joyce Coelho faz um alerta aos pais e responsáveis para que fiquem atentos no comportamento de seus filhos, assim como, ela orienta para que fiscalizem os aparelhos e perfis em redes, pois aquilo que aparenta ser inofensivo, as vezes pode estar sendo um grande perigo.
“Muitas vezes os pais deixam as crianças quietinhas com o tablets, sem saber com quem essa criança está conversando. Alguns jogos permitem também a interação entre os participantes, e essa interação pode ser perigosa principalmente desse ponto de vista. Do oferecimento que do primeiro ponto de vista pode ser inofensivo, mas que o intuito da pessoa que está do outro lado é cometer algum tipo de crime, ou seja aliciando ali aquela criança pra exploração sexual que é o mais comum nesse caso. Então a internet é importante, mas é necessário todo esse cuidado para que a criança e ao adolescente não sejam vítimas porque a gente sabe que uma imagem divulgada na internet é muito difícil depois de recuperar esse dano causado.
alerta.
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