Manaus (AM) – No Dia Nacional de Atenção à Disfagia, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), por meio da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), alerta, nesta segunda-feira (20), sobre os sintomas, prevenção e tratamento das dificuldades no ato de engolir. A dificuldade pode afetar qualquer pessoa, mas acomete com maior frequência pacientes com câncer de cabeça e pescoço.
A FCecon disponibiliza uma equipe multiprofissional – médicos, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos, entre outros–, que atuam no tratamento das alterações da deglutição em pacientes com câncer de cabeça e pescoço. Ao mês, são atendidos pelo serviço de Fonoaudiologia cerca 80 pacientes com dificuldades para engolir alimentos.
Segundo as fonoaudiólogas da FCecon, Márcia Maria de Oliveira Pastor e Geovana Gomes Neri, a disfagia é a dificuldade no ato de engolir. Elas explicam que quando a dificuldade não é tratada pode causar desnutrição, desidratação, além de afetar a qualidade de vida e a aspiração, os quais podem ser o fator principal na piora do quadro clínico do paciente com câncer de cabeça e pescoço.
O câncer de cabeça e pescoço e seu tratamento, explica Pastor, podem causar perda ou endurecimento dos músculos da boca e garganta, causando dificuldade ou impossibilidade para engolir alimentos sólidos, pastosos, beber líquidos ou mesmo para engolir sua própria saliva.
“Muitas pessoas que sofrem com a disfagia acabam sofrendo com problemas emocionais e o isolamento social, devido à dificuldade ou impossibilidade de alimentar-se e, assim, evitando momentos sociais e situações de exposição”, ressalta Pastor.
Deglutição – O ato de deglutir, lembra Neri, está presente em diversos momentos do dia a dia de qualquer pessoa, e possui uma função fundamental: “proporciona nutrição e protege os pulmões para que nenhum alimento ultrapasse os caminhos esperados na condução do alimento da boca ao estômago”, explica.
Sintomas – Conforme as fonoaudiólogas, as pessoas precisam ficar atentas a alguns sintomas da disfagia, dentre eles: engasgar, tossir ou pigarrear durante ou logo após comer ou beber; tempo prolongado para fazer as refeições; esforço e/ou cansaço excessivo para mastigar ou engolir; dificuldade para engolir comprimidos, alimentos específicos ou líquidos; presença de resíduos ou acúmulo de alimento na boca após engolir; sensação de alimento parado ou preso na garganta; além de perda de peso e desidratação.
Cuidados – Para diminuir os sintomas da disfagia, as fonoaudiólogas orientam cuidados como: comer devagar, mastigando bem os alimentos, sentar ereto ao comer, optar por alimentos mais macios, evitar os secos, e dar mordidas menores. “E evite deitar logo após as refeições”, alerta.
Dieta – A nutricionista da FCecon, Gilmara Braga Bentes, pontua que para evitar casos mais graves, por exemplo, a desnutrição, é necessário adequar o tipo de alimentação ao perfil do paciente, ou seja, garantindo o valor nutritivo das refeições de acordo com o indivíduo e as necessidades calóricas.
Segundo ela, a terapia nutricional e os exercícios fonoaudiológicos são fundamentais para a reabilitação do paciente disfágico, e para que ocorra a transição da dieta por sonda para a dieta oral.