Manaus (AM) – A mãe de Erisson de Nazaré Morais, que morreu aos 30 anos, no dia 18 de maio de 2021, em São Paulo, vive uma luta diária na tentativa de trazer os restos mortais do filho, enterrado como indigente, para Manaus.
A doméstica Maria Francisca Fernandes, de 52 anos, teve que viajar até a capital paulista para procurar o filho desaparecido desde o dia 13 de maio de 2021, quando o irmão falou com ele pela última vez. De acordo com ela esse contato com o filho era constante.
“A gente tinha contato frequente, quando eu tinha sinal de celular, pois moro na estrada. Ele me ligava chamada de vídeo e dizia que estava bem, mostrava o local em que estava morando ou em algum shopping lá de São Paulo”.
disse a mãe de Erisson.
Erisson Morava há cinco anos em São Paulo e estava passando por uma depressão após o término de um relacionamento com uma moça que ele vivia uma união estável e por causa dela, decidiu ir morar no estado da região Sudeste.
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Amigos do local em que o rapaz trabalhava, informaram que ele havia passado mal e precisou ser encaminhado para um hospital, sendo que a mãe só ficou por dentro da história quando chegou lá.
“Só quando eu cheguei em São Paulo, eu descobri que ele havia passado mal e foi mandado sozinho para um hospital, com suspeita de que estivesse depressivo após ter surtado. Eu passei vinte dias lá procurando por ele. Fui mais ou menos em oito abrigos, fui no hospital onde ele tinha dado entrada, fizemos boletim de ocorrência na delegacia de desaparecidos também. Ninguém soube mais dele. Aí eu vim embora. Quando passou nove meses, a polícia ligou pra minha sobrinha falando que tinham achado o corpo, mas acharam no dia 18 de maio de 2021”.
contou Francisca
Sem recursos para continuar a procura pelo filho, Maria Francisca retornou para o Amazonas e decidiu aguardar as investigações das autoridades de São Paulo, mas somente nove meses depois, ela teve informações de que um amigo de trabalho teria feito o reconhecimento do corpo de Erisson encontrado no dia 18 de maio de 2021.
“Eu fui informada que um amigo de trabalho dele fez o reconhecimento do corpo do Erisson por meio de uma foto mostrada pela polícia. Então a empresa foi informada que o corpo do meu filho havia sido encontrado no dia 18 de maio de 2021 sem a carteira dele com os documentos e com um cortes pelo corpo dele”,
disse a mãe de Erisson
Ainda de acordo com Maria, a polícia informou para a empresa em que o filho dela trabalhava, que o corpo do rapaz já havia sido sepultado, pelo fato do Instituto Médico Legal (IML) ter muitas demandas por conta da pandemia de Covid-19.
“A minha vontade é de ir lá. Eu tenho fé em Deus de conseguir ajuda para chegar até lá, fazer esse DNA e fazer um laudo de óbito com o nome dele. Depois vou lutar para fazer esse traslado. Enquanto eu estiver viva, eu vou lutar porque é muito triste ver o meu filho jogado, enterrado sem nome, são pelo menos dois anos sofrendo”,
lamentou a mãe de Erisson.
A reportagem do Vanguarda do Norte entrou em contato com o Governo de São Paulo e aguarda agora posicionamento sobre o que será feito para que os restos mortais de Erisson seja transladado para Manaus, para que a família possa o sepultar de maneira digna.