Manaus (AM) – Com a crescente aceitação da diversidade sexual e de gênero no Brasil, os bares LGBTs têm se tornado cada vez mais populares e têm um papel importante na promoção da inclusão e do respeito às diferenças.
Esses espaços oferecem um ambiente seguro e acolhedor para pessoas LGBTs se divertirem, socializarem e se expressarem livremente, sem o medo da discriminação e da violência que muitas vezes são enfrentados em outros lugares.
Leia também: Na rota dos bares LGBTs em Manaus: explorando a diversidade e a inclusão
Um dos exemplos mais conhecidos é o Centro de Manaus, que abriga alguns bares e é conhecido como um dos maiores pontos de encontro da comunidade LGBT na cidade, com uma variedade de opções para todos os gostos.
Na segunda parte da série “Na Rota dos bares LGBTs”, o Portal Vanguarda do Norte vai apresentar dois bares que representam locais seguros para se divertir e socializar, longe da violência homofóbica e transfóbica. Confira:
Bororó – Casa de Gente Feliz
O nome do espaço surgiu depois de Santiago Al Majid, empresário do local, ter visitado uma roda de samba, em viagem pelo Rio de Janeiro. Quando escutou a música “Nada para Fazer” e o trecho “vou cantar um bororó”, a expressão não lhe saiu da cabeça.
“Essa parte da música me pegou e surgiu ali o desejo de ter um espaço com aquele nome, e estávamos em um ambiente feliz. Por isso a Casa de Gente Feliz”,
disse.
Localizado na Avenida Ferreira Pena, o Bororó tinha o intuito de ser um local dedicado para o samba, mas Santiago percebeu que o público amazonense não aderiu à ideia.
“Tentamos o MPB. Depois fizemos uma parceria com produtores e, com o tempo, vimos que um público nos escolheu. E eram pessoas gays, bissexuais e lésbicas”,
comentou.
Tempos depois, o dono descobriu que o nome vinha de uma comunidade indígena do Mato Grosso e ele enfatiza a importância de não banalizar a causa de dar visibilidade aos povos originários e sentiu a necessidade de sempre falar, de fato, a origem do nome.
Aos 34 anos, Santiago decidiu abrir o lugar e alerta para a necessidade de ter lugares em que todo o público se sinta protegido, principalmente a comunidade da qual ele faz parte.
“É muito bom saber que o público LGBT pode ir na nossa casa e se sentir protegidos”,
revelou.
Com arquitetura histórica, Santiago vê a necessidade de um cuidado maior com a estrutura. A falta de incentivo e a segurança também são questões que o proprietário se preocupa muito.
“A rua tinha nenhum entretenimento noturno, e muitas pessoas ainda tem o receio de irem ao Centro à noite. Porém, temos lutado contra isso.”
O Bororó promete ser um restaurante, barzinho e balada no mesmo lugar, e funciona de segunda a sexta com almoço.
Das quartas aos domingos, a curtição noturna é livre e com uma variedade de bebidas.
Para mais informações, acesse o instagram: @bororobarb.
Curupira Mãe do Mato
Com o objetivo de juntar a música, dança, comida, bebidas e a cena dos artistas manauaras, a proprietária Gabriela Pauchner quis proporcionar um espaço onde as pessoas se sintam livres pra desenvolver sua arte no Espaço Cultural Curupira Mãe do Mato.
“Sempre quis trabalhar com intuito de agregar as pessoas”,
disse a produtora.
Para a Gabriela, o local sempre teve como prioridade a inclusão de pessoas. No período de pandemia de Covid-19, o espaço foi cedido para que artistas que não tinham condições de fazer lives, pudessem usar a estrutura do local.
O Curupira foi o primeiro espaço a dar acesso trans e não binário de forma gratuita sem a necessidade de inscrição em listas.
“Nosso público já sofre violência. Quero seguir com o nosso trabalho e tentar ao máximo oferecer um lugar seguro”,
afirmou Gaby.
A proprietária não deixa seu ideal apenas nas ideias. Além de oferecer a inclusão Divulgação ao público, Gabriela também contrata pessoas LGBTQIA+ para trabalhar no local.
O local também é ponto turístico para estrangeiros e alguns famosos. Dentre os que passaram no local, estão a atriz Giovanna Lacenllotti e a modelo Ellen Milgrau.
As artes, feitas pelo artista visual Flávio Tial, e a arquitetura da casa são uns dos atrativos.
As bebidas também não passam despercebidas. As típicas como a cachaça de jambu são algo que todos os frequentadores provaram e aprovaram.
O Espaço Cultural Curupira Mãe do Mato funciona de quarta e domingo e conta com programações especiais de vários produtores de eventos locais.
Localizado na Avenida Sete de Setembro, 1710, o espaço sempre atualiza a programação cultural e de entretenimento no seu perfil do instagram: @curupiramaedomato.
Quer nos sugerir roteiros de bares, restaurantes e botecos para todos os gostos? Envie e-mail para redacao@vanguardadonorte.com.br ou acesse nossas redes sociais.
