O novo ensino médio (NEM) é um tema que tem gerado polêmica nos últimos anos. Sua implementação no Brasil tem sido discutida desde 2017, quando foi aprovada a reforma. Desde então, dúvidas têm surgido sobre o que é o NEM e como ele funciona na prática.
Em linhas gerais, o novo ensino médio é uma reforma educacional que busca tornar o currículo mais flexível e adaptado às necessidades dos estudantes.
O objetivo é fazer com que os jovens possam escolher uma formação mais voltada para a sua vocação, sejam eles interessados em seguir carreiras acadêmicas ou profissionais ao contrário do Ensino Médio tradicional, no qual todos estudavam as mesmas matérias em um currículo único, independentemente do que cada um queria fazer na vida. Era muito voltado para vestibular, para o ENEM e para aprovação do Ensino Superior. Por exemplo, se uma pessoa queria fazer direito, tinha que fazer o mesmo número de aulas de biologia daquele que queria fazer medicina.
O NEM veio para resolver esta questão. A primeira mudança foi na carga horária, que passou de 2.400h para 3.000h nos três anos de curso.
Conteúdos
Ao contrário do que se tem falado, a proposta não elimina conteúdos. A Formação Geral Básica (FGB) que é obrigatória em todo o território nacional contempla os conteúdos curriculares tradicionais. A grande novidade são os itinerários formativos, que é a parte flexível. O estudante pode escolher qual eixo de conhecimento, qual o percurso gostaria de aprofundar, com base naquilo que ele acha que faz sentido para ele.
A escola pode oferecer, dependendo da sua infraestrutura, o ensino técnico e profissionalizante. Assim o jovem que escolhe este itinerário, tem a oportunidade de fazer o curso e sai, na terceira série, com seu diploma de conclusão do NEM e também com curso técnico, podendo ingressar no mercado de trabalho com formação profissional.
No Brasil, sua implementação está sendo feita em conjunto com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que estabelece as competências e habilidades que todos os estudantes devem desenvolver ao longo da educação básica. Com ela, o ensino médio passou a ter cinco áreas de conhecimento: Linguagens e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e Formação Técnica e Profissional
Muitas pessoas acreditam que a flexibilização do ensino médio pode prejudicar a qualidade da educação o que não é verdade. O que se precisa é rever a implementação, investir na formação de professores, investimento em infraestrutura e não simplesmente revogá-lo.