Manaus (AM) – Tradicionalmente no Brasil e, em especial no Amazonas, cuja população tem o hábito de incluir o peixe na dieta toda semana, é costume comer peixe na Semana Santa, isso faz parte da tradição e da devoção dos cristãos além de ser típico do período da Quaresma.
Em Manaus, a corrida aos mercados e feiras já iniciou devido à celebração religiosa. O Vanguarda do Norte verificou o preço das espécies de peixes preferidas dos amazonenses nas principais feiras de Manaus para auxiliar os consumidores da capital.
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Na Feira da Manaus Moderna, a maioria das bancas vende peixe por unidade, baseando-se pelo tamanho do pescado. Porém, pirarucu, tucunaré e surubim, normalmente, são vendidos no peso.
Segundo o feirante Márcio Piu, a variação dos preços é influenciada por vários fatores, principalmente no período Santo.
“O peixe miúdo é sempre mais caro. Ainda tem diferença dos peixes advindos de rio e viveiro”.
Márcio Piu explicou que a Matrinxã pescada do rio é mais barata, ou seja, 2 quilos do pescado custam R$ 40, enquanto que a de viveiro do mesmo peso custa o dobro, ou seja R$ 80.
O feirante revelou que os peixes de viveiro são adquiridos por quilo, e os peixes de rio são comprados por unidade. Na hora da venda também há a opção do cliente que pode solicitar o peixe com espinha ou não, esse serviço também deixa o pescado com o preço mais elevado.
Oferta e Demanda
O consumidor espera que o estoque esteja abastecido, e de acordo com o permissionário Wanderson Silva, do mercado Adolpho Lisboa, a clientela não irá se decepcionar neste período.
“Antigamente não trabalhávamos com frigorífico, hoje já temos acesso a isso. Então vamos servir o cliente da manhã até a tarde com uma grande diversidade de pescado.”,
informou Wanderson Silva.
Segundo o engenheiro de alimentos do Idam, João Vitor Soares, a balsa da Panair, principal mercado atacadista do pescado na capital amazonense, pois é por onde desembarcam grande parte dos peixes que abastecem grande parte das feiras da capital, cerca de 85% do pescado, incluindo, jaraqui, curimatã, sardinha, pacu, são negociadas pelo preço do cento do peixe.
Quando esse chega à feira, mesmo na da Panair, o pescado passa a ser vendido por quilo e até por unidade.
João Vitor Soares relata que “a produção pesqueira do Amazonas é baseada nas pisciculturas voltadas as espécies tambaqui, matrinxã e o pirarucu. Quando se fala de produzir na região, a principal espécie cultivada é o tambaqui, 66%, Matrinxã, 32%, e o pirarucu vem depois com o quantitativo inferior.”.
O Engenheiro disse ainda, que há a situação do período de defeso – quando o profissional de pesca fica proibido de exercer a atividade pesqueira.
Para a dona de casa, Angela, 49 anos, o preço sempre a surpreende. Segundo ela, constantemente há aumento no preço dos produtos e em períodos como este o preço eleva mais ainda.
“Todo ano é assim, quando pensamos que as coisas vão melhorar, só piora. Em supermercado eu nem vou mais, então quando vejo preço alto até nas feiras é de se desapontar.”,
comentou ela que acha que o pescado sempre encarece no período da Semana Santa.
Tradição
Comer peixe na Semana Santa faz parte da tradição e da devoção cristã. O costume de comer peixe é ligado a uma forma de praticar o jejum e a abstinência, uma prática, ao lado da caridade e esmola, indicada pela Igreja como prática de devoção típica do tempo da Quaresma.
Na Manaus Moderna, nesta Semana Santa, o consumidor pode adquirir:
Matrinxã – R$ 60 a R$ 70 unidade (ou quilo R$ 20 – R$ 23 Kg)
Curimatã – R$ 10 a R$ 20 por unidade
Pacu – 5 unidades do peixe por R$ 30
Tambaqui – R$ 60,00 – R$120 unidade
Pirarucu – R$ 30 Kg (salgado e seco)
Sardinha – 10 unidades por R$ 30
Tucunaré – R$ 12 kg
Jaraqui – há uma variação de tamanho que chega a custar entre R$ 10 a 30 a porção, mais conhecida como cambada de peixe