Manaus (AM) – Mais um caso de violência política é registrado no Amazonas, desta vez, por parte da vereadora de Manacapuru, Lindynês Leite (PMN). Ela afirmou que está sofrendo perseguição política por parte do prefeito do município, Beto D’Ângelo (Republicanos).
Na última sexta-feira (31), ela foi impedida de participar de um evento na cidade. Na ocasião, houve a entrega de motocicletas que foram solicitadas pela parlamentar.
“Eu vim aqui mais uma vez relatar uma falta de educação, uma falta de respeito, uma covardia, um abuso de poder e uma perseguição política que venho sofrendo por parte administração pública municipal”, inicia a vereadora em um vídeo divulgado nas redes sociais.
Lindynês relata na publicação todo o ocorrido e os motivos de ter sido barrada no evento da cidade. Ela enfatiza que foi convidada pelo senador Plínio Valério (PSDB), responsável pela emenda parlamentar que permitiu adquirir as motocicletas, mas que foi barrada na hora que chegou para participar do evento.
“Quando cheguei para participar do evento, fui informada por cinco guardas municipais, três seguranças particulares do prefeito e uma chefe do cerimonial da prefeitura, de que eu não poderia subir ao palco porque havia ordens expressas do prefeito para que a única vereadora da câmara municipal que não poderia estar no palco era a vereadora Lindynês”, relata a política.
A parlamentar ainda enfatizou que tentou por várias vezes entrar no palanque e foi mais de uma hora tentando, mas que em dado momento ela foi retirada “por força física” pelos guardas-municipais do local.
O que diz o prefeito
Procurado pelo portal Vanguarda do Norte, o prefeito D’Ângelo afirmou que não há nenhuma perseguição política por parte dele contra a vereadora.
“Primeiro, nenhum gesto meu em desfavor da vereadora. Absolutamente nenhum gesto meu, inclusive, até eu, espero que ela comprove que há alguma perseguição”, disse ele.
Ele destacou que de fato o nome da vereadora não constava na lista enviada ao cerimonial do evento, pois de acordo com ele, a parlamentar por ser de oposição, não comparecia aos eventos realizados pela prefeitura.
“Aquele é um evento da prefeitura do município, onde ela não é da base, ela é oposição e deprecia a nossa gestão. Não consta, como em todos os outros eventos a prefeitura, porque ela nunca participa dos eventos”, disse o prefeito.
O prefeito disse que ela poderia estar sim no evento, como todos os outros vereadores que estavam no local e que o pessoal da cerimonia estavam apena cumprindo o que foi repassado a eles.
“Esse comportamento não condiz com o cargo, com a função. Ela [vereadora] mostrou totalmente um desiquilíbrio, e não sei qual foi o motivo […]. Eu com prefeito, como cidadão, eu não vou em nenhum lugar que eu não seja convidado”, ressaltou.
Ainda de acordo com o prefeito, alguns servidores formalizaram denúncia na delegacia e o caso será apurado, porque a vereadora xingou um deles de “urubu” e atacou outras servidoras usando a expressão “loira burra”, conforme ele.
“Ela não foi proibida, só não estava na lista porque como se hábito não participa dos eventos. Não entendo o porquê de forma desesperada, desiquilibrada, desorientada ela tentou participar de um evento à força[…]. O que se viu foi a vereadora tentando criar um tumultuo na qual ela não foi convidada”, finalizou.
Aleam
A deputada Alessandra Campelo (PSC), denunciou nesta segunda-feira (3), durante a sessão plenária da Assembleia Legislativa do Amazonas o caso da vereadora.
Campêlo lembrou e rebateu as falas ditas pelo do vereador Zé Luís (Cidadania) que, conforme ela, disse na câmara de Manacapuru que Alessandra “nada faz pelo município”.
Conforme Campêlo, ela é a deputada que mais destinou recursos públicos de emendas para Manacapuru e que esse ataque estaria acontecendo por ela estar defendendo Lindynês, também conhecida como Linda.
“Esse vereador covarde não fala na minha cara quando estou lá. Mas ele está falando isso porque a vereadora Lindynês sofreu violência política e ele sabe que eu vou defendê-la […]. Enquanto eu estiver nesta casa não vai ter nenhum covarde ou abusado, no interior ou em Manaus, que vai tirar na marra a prerrogativa de uma mulher”.