Manaus (AM) – Após as instalações de medidores na cidade de Manaus, a Amazonas Energia apresentou a nova tecnologia de medição, que reduz em até 41% as perdas de energia elétrica. O novo sistema já foi instalados em alguns bairros das Zonas Norte, Centro-Sul e Centro-Oeste da capital.
Na semana passada, o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante) sancionou a Lei nº 3.024/2023, que proíbe a instalação dos medidores aéreos de energia na cidade de Manaus. Representantes da empresa afirmam que vão recorrer à justiça sobre a Lei que proíbe a instalação dos equipamentos.
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Em coletiva de imprensa, realizada na manhã desta quarta-feira (05), foi apresentado uma avaliação feita pela concessionária em cinco bairros de Manaus, onde já foram instalados os novos medidores que fazem parte do Sistema de Medição Centralizada (SMC).
Conforme a concessionária, essa medição consiste em um trabalho operacional remoto, que busca a melhoria e qualidade no fornecimento de energia. O aparelho reúne as medições individualizadas, desempenhando funções de concentração e processamento das informações de consumo. Ele envia em tempo real a informação para o centro de operação, deixando o serviço mais ágil e de forma remota e inteligente.
A avaliação de desempenho do novo sistema foi analisado em cinco bairros da capital (Cidade Nova, Lagoa Azul, Nova Cidade, Parque 10 e Planalto). Nesses áreas, foram instalados mais de 15 mil aparelhos SMC.
Em análise, a concessionária de energia calculou a soma de desperdício. Antes da instalação do SMC a perda, nestas áreas, correspondia a 63,19%, após a instalação do aparelho, baixou para 22,34%. A diminuição de 40,85% no consumo corresponde a R$ 1,2 milhões que a empresa deixa de receber.
De acordo com Radyr Gomes, diretor institucional da Amazonas Energia, a empresa busca melhorias tecnológicas para viabilizar o atendimento e melhorar os serviços ofertados para a população.
Além disso, ele comentou que o sistema ajuda na diminuição da sobrecarga de energia. Assim, as pessoas não precisam se preocupar com eventuais desligamentos da rede elétrica e, consequentemente, a queima de equipamentos.
Segundo o diretor, o desvio e as ligações clandestinas, conhecido popularmente como “gato”, geram uma sobrecarga no sistema da empresa.
“Os transformadores são colocados para suprir a demanda estimada de consumo, que é feita com base no valor pago. Quando a retirada da energia é maior do que a prospectada, gera uma sobrecarga e as máquinas projetadas para um consumo normal não suportam este excedente ilegal, desligando ou até queimando materiais ligados a energia”, explica.
Tecnologia
O trabalho envolvido no SMC é dinâmico e baseado em tecnologia. O sistema é conectado por rádio frequência e não possui ligação física. Todas as informações de leitura dos quilowatt consumidos, chegam por radiofrequência nas instalações da Amazonas Energia.
Além disso, o sistema não é apenas monitorado pela empresa, mas também pelos proprietários, que podem acompanhar o consumo diário através do aplicativo.
“É uma evolução, pois antes as pessoas só tinham a informação do seu consumo no final do faturamento, quando vinha a conta. Hoje é diferente, a pessoa pode acompanhar diariamente o que está contribuindo para o seu consumo de energia”
disse o diretor institucional.
Justiça
Na última sexta-feira (31) foi sancionada a Lei nº 3.024/2023, que proíbe a instalação dos medidores aéreos de energia na cidade de Manaus. A assinatura do documento foi sancionada pelo prefeito da capital, David Almeida, após tramitações na Câmera Municipal de Manaus.
Segundo o diretor da concessionária de energia, a lei será obedecida enquanto estiver em vigor. Com isso, as instalações dos novos medidores foram suspensas. No entanto, ele alega que será combatida essa decisão.
“Vamos combater essa Lei com a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia, no Supremo Tribunal Federal. Há alguns anos, uma lei estadual foi aprovada pela Assembleia e tornada inconstitucional, com votação unânime. Quem tem o poder de legislar o serviço de energia elétrica é a União. Então, enquanto estiver em vigor vamos cumprir, mas logo iremos contestar essa decisão”, finalizou.