Chegamos a Portugal. Depois de contarmos um pouco da história do vinho por Itália, Espanha e França, desembarcamos em terras lusitanas.
Tradição em produzir
A tradição da produção de vinhos em Portugal é algo que perdura há muito tempo. Há registros de que a bebida é produzida no território lusitano desde pelo menos 2.000 a.C. pelos tartessos, povo que habitava a Península Ibérica à época. Outras civilizações, como os fenícios, também contribuíram com o advento de novas técnicas e uvas na região.
Mas o sucesso e reconhecimento dos vinhos portugueses viria só por volta do século 12, nas primeiras exportações para a Inglaterra cuja importância desta bebida é tanta, que o Tratado Comercial de Windsor, de 1386, continua em vigor até os dias atuais.
O vinho fortificado, conhecido na época como Porto, acabou sendo um dos produtos de maior destaque por toda Europa. Para proteger sua autenticidade, o estadista Marquês de Pombal estabeleceu a regulação da bebida, o que mais tarde se tornaria a primeira denominação de
origem do país.
O berço de Grandes Uvas
Portugal possui algumas características importantes e singulares para a viticultura. Uma enorme diversidade em termos de altitude, solo, clima, influência marítima, entre outras, contribuem para esta cultura.
Este pequeno país é berço de cerca de 285 variedades de uvas autóctones (uvas com origem nesta região) onde podemos citar algumas como as tintas Touriga Nacional, Castelão, Baga, Trincadeira e Touriga Franca e as brancas como Alvarinho, Fernão Pires e Arinto.
Principais regiões
Assim como os países anteriormente visitados, Portugal possui várias regiões de Origem Controlada em decorrência da variedade de características de cada área bem como das uvas que melhor se adaptam a estas condições. Entre muitas podemos citar: Alentejo, Douro, Dão, Bairrada, Lisboa, Tejo, Setúbal, Algarve, Madeira e etc.
Mas hoje vamos explorar uma região que esta cada vez mais conquistando seu espaço no coração e na mesa dos brasileiros e é a Região do Vinho Verde.
Vinho Verde
Os Vinhos Verdes têm ocupado mais espaço nas prateleiras e entre as opções preferidas no Brasil. Ainda assim o seu nome continua gerando dúvidas: o vinho verde não tem relação com a cor da bebida, que pode ser, inclusive, vinho branco, rosé, tinto e até mesmo espumante.
Os rótulos levam esse nome por serem produzidos em uma região específica de Portugal, chamada Vinhos Verdes – no Noroeste do país. Oficializada em 1908, essa é a maior região demarcada do país e uma das maiores de toda a Europa.
Sobre o nome do local, existem duas teorias mais consolidadas entre especialistas para explicar a sua escolha. Uma delas é que Vinhos Verdes remete à paisagem natural da região de colinas e montanhas, dominantemente verdes e que se mantém assim até mesmo no inverno.
Outra linha explica que, na verdade, o nome é uma referência às uvas produzidas no local que, no passado, eram colhidas ‘verdes’ – antes da sua completa maturação.
Características dos Vinhos Verdes
Cada garrafa do Vinho Verde carrega com ela o estilo marcante dos rótulos: destacam sempre o frescor e leveza – uma relação direta à juventude dos Vinhos Verdes, opostos aos rótulos mais encorpados e complexos. Além das características gerais da produção da região, algumas áreas específicas de Vinhos Verdes trazem variações nas características do terroir.
Por este motivo, a região foi dividida em sub-regiões relacionadas à tipicidade local nos vinhos.
Ao todo, são nove: Amarante, Ave, Baião, Basto, Cávado, Lima, Monção e Melgaço, Paiva e Sousa. Um destaque entre as sub-regiões é Monção e Melgaço, que dá vida a um vinho branco da uva Alvarinho, um dos mais emblemáticos da região. Aromático e com sabor persistente, pode ser degustado jovem ou após uns anos, dependendo do estilo do exemplar.
Harmonização com Vinho Verde
A principal dica para fazer uma harmonização perfeita com um típico exemplar de Vinho Verde é lembrar das suas características marcantes. Os brancos são leves, com bastante frescor e alta acidez. São essas características que você deve levar em consideração na hora de escolher os pratos.
São rótulos extremamente versáteis, que combinam com aperitivos, saladas e jantares completos – sendo que os peixes e mariscos são sempre combinações certeiras. Além de serem perfeitos para acompanhar frituras, como bolinho de bacalhau, coxinha e até acarajé.
Curiosidades da Região de Vinho Verde
- É uma das regiões mais originais e diferenciadas de Portugal, marcada por uma influência atlântica extremada, numa paisagem verde e úmida, com temperaturas frescas e chuvas abundantes;
- É a maior denominação de Portugal, com uma área de 21.000 hectares propriedade repartida por milhares de pequenas parcelas, por vezes pouco maiores que pequenos quintais;
- Condução da vinha invulgares – “vinha de enforcado”, com cepas entrelaçadas nas árvores, e pérgola, também conhecida como “latada”;
- Os vinhos brancos são especialmente aromáticos, límpidos e refrescantes. Produz igualmente vinhos espumantes;
– Um dos locais mais promissores para os vinhos espumantes de qualidade. E agora que conheces um pouco mais desta Região, nos contem, já degustaram um Vinho Verde?
Um abraço, um brinde e até a próxima!!
Estes e muitos outros rótulos você pode encontrar na @dsmvinhos.