Região do Dão: A Borgonha Portuguesa
Eis que a Região do Dão ressurge no mercado vitivinícola com vinhos de alta grandeza, elegantes, inéditos e equilibrados. E convida apreciadores críticos e experientes a degustarem os aromas e sabores com o melhor dos sorrisos.
O Dão foi uma das regiões pioneiras na produção vitivinícola em Portugal, remontando aos primeiros anos do século XX.
Após ser reconhecida oficialmente como uma Região Demarcada – exclusivamente para produção vitivinícola – a Região do Dão sofreu fortes mudanças econômicas que impactaram negativamente a qualidade da produção de seus vinhos.
Em meados do século XX, a produção em larga escala, a formação de uma rede de adegas corporativas e o sistema de produção de vinhos “apenas para a venda” foram o estopim.
Logo, o Dão se via para trás enquanto assistia de perto a inovação e a prosperidade que Alentejo e Douro experimentavam.
Touriga Nacional e o Terroir dos Vinhos Grandiosos
O Dão é conhecido como o berço da Touriga Nacional. De fato, dentre as tintas, a Touriga Nacional tem se mostrado a casta mais emblemática de Portugal, apresentando grandes qualidades para a vinificação e agindo como uma espécie de porta-voz da vitivinicultura do país.
Plantada desde o Douro até ao Alentejo, é no Dão que a cepa se revela plenamente.
O Terroir do Dão
Cercada por altas montanhas de granito por três lados – Serra da Estrela, Serra do Caramulo e Serra da Nave -, a região fica protegida da influência do Oceano Atlântico. Assim, o clima local se mantém temperado. Os verões são secos e quentes, enquanto os inversos, frios e chuvosos, com grande amplitude térmica. Além disso, os solos são arenosos, de origem granítica e xistosa, bem drenados. Em conjunto, esses são fatores propícios para a obtenção de vinhos de alta qualidade.
Os tintos do Dão são geralmente vermelho-rubi, com aromas frutados delicados e maduros, além de taninos finos, balanceados com boa acidez e, assim, apresentam bom potencial de envelhecimento. Os brancos, por sua vez, normalmente apresentam médio corpo e acidez refrescante, sendo cheios de caráter, em especial quando levam Encruzado em seu blend.
Passado e futuro à frente
Longe de estar parado no tempo, o Dão tem se renovado constantemente. Bastante se investiu em tecnologia, mas o principal é o espírito de inovação cada vez mais presente.
Ao percorrer as quintas da Região do Dão, pode-se observar a mais alta qualidade do vinho português, fundindo o velho terroir com os métodos de produção atuais.
É assim, beirando o antigo e o novo, que a Região do Dão reassumiu a produção de vinhos de ponta, maravilhando os seus degustadores com sabores e aromas de Portugal.
Região da Bairrada: Vinhos de Forte Influência Atlântica
Esta região vinícola portuguesa, lar da casta Baga, está passando por uma revolução na medida que os produtores inovadores apostam na qualidade e exploram o potencial das castas autóctones.
A região da Bairrada traz, em seus coloridos parreirais, uvas suculentas e brilhantes, orvalhada pelo suor de alvoradas! E nestas belas encostas dançam os sabores, enfeitadas pelo alegre verdejar da parra e pelos sorrisos do povo que lá habita.
Vinho é arte, é poesia, é Portugal, então vamos conhecer mais sobre a região da Bairrada!
História e Terroir
Local de constantes lutas entre cristãos e árabes, ainda na época de formação do estado português, quando Coimbra era capital do Reino.
Lá também houve guerras defendendo a independência, ameaçada pelas tropas napoleônicas, em Bucaço.
Enquanto isso, as parreiras observavam, pacatas, os constantes conflitos na região, desde o século X, quando começou o cultivo para a produção de vinho.
E, por causa disso, a exportação de sua bebida para diversos países já começou bem cedo. E a região possui o D.O.C de maior classificação de todo país
Com clima tipicamente atlântico, invernos amenos e chuvosos, verões quentes e com ventos recorrentes, no período de maturação das uvas, esta região registra uma grande amplitude térmica, com a diferença por vezes chegando aos 20 ºC.
Este fenômeno é responsável por manter a acidez das uvas, dando frescor aos vinhos que delas resultam.
A região é bastante rica em recursos hídricos, graças a uma série de pequenos rios que a atravessam.
Os solos são divididos em argilosos e calcários. Os vinhedos para a produção de produtos com a denominação “Bairrada” devem cumprir um regulamento que indica que as uvas devem ser instaladas em solos “castanhos ou vermelhos”, que tem excelente retenção de água.
Aliás, é este tipo de terra barrenta que dá nome à região, e a área cultivada se estende para mais de 108.000 hectares e quase 10.000 vinhedos.
Os vinhos da Bairrada
Os vinhos desta região, no caso dos tintos, variam sua coloração entre rubi e granada e, graças ao envelhecimento, é possível notar alguns tons de castanho.
Quando jovens, conferem aromas frutados. E quando falamos dos produzidos com a casta Baga, encontraremos bebidas mais ácidas, equilibradas e com notável longevidade.
Enquanto isso, os brancos são delicados e cheios de perfumes. A coloração traz reflexos levemente esverdeados, e com cor citrina. Na boca, demonstram-se frescos, harmoniosos e persistentes.
Mas temos que destacar os Espumantes, que são produzidos pelo método clássico, sendo frutados e florais, surpreendendo enólogos de todo o mundo.
Enfim, cantando fado e louvando a notável e prendada gente da Bairrada e do Dão, recomendamos os vinhos destas terras, e louvamos o Sol, a chuva, a palavra e, claro, a uva!
Um abraço, um brinde e até a próxima!!