O espetáculo “Cabaré Chinelo”, do Ateliê 23 terá duas exibições no mês de junho, no palco do Teatro Gebes Medeiro, no Centro de Manaus. A obra é inspirada na pesquisa de Narciso Freitas em parceria com a companhia de teatro argentina García Sathicq. As sessões acontecem no sábado (10), às 20h, e domingo (11), às 19h. Os ingressos antecipados estão disponíveis no Sympla (sympla.com.br) ou pelo Instagram (@atelie23). A classificação é 18 anos.
O “Cabaré Chinelo” tem apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), além da Fundação Nacional de Artes (Funarte) e Fondo de Ayudas para las Artes Escénicas Iberoamericana – Iberescena.
Imersão na belle Époque
Uma imersão na Belle Époque manauara entre 1900 e 1920, é o que promte o “Cabaré Chinelo” ao contar histórias de mulheres reais que foram levadas à prostituição, em um grande esquema de tráfico internacional e sexual no início do século XX, na capital do Amazonas, como a personagem Antonieta Invertida, vivida por Andira Angeli, multi artista independente que transita entre o teatro, a dança e o circo como linguagens.
“A Antonieta é controversa, é a sede pela vida e o desejo pela morte, porque a morte promete muita coisa para ela. A vida oferece dor, sofrimento, abuso, violência e a morte oferece descanso, então ela vive nesse conflito”, define a atriz. “A personagem tem um recorte de uma pessoa que foi sequestrada da Argentina quando criança e viveu essa vida em Manaus”.
Representatividade
Antonieta, segundo sua intéprete, representa muita força e um lugar de resistência. Ela conta que, para compor a personagem, trouxe a vivência como travesti. “Antonieta teve uma narrativa de violência com a qual eu posso me identificar. Vivo dando voz para outras travestis, ecoando as vozes delas para lugares onde não puderam estar e sinto que a Antonieta é isso também, ela reúne vivência de mulheres que não puderam falar, que não tiveram escolhas”, comenta a artista. “Como uma pessoa trans, é representativo para mim estar em cena. Sei que, para comunidade, esse lugar que outras pessoas não se veriam se eu não tivesse lá é forte”.
Ficha técnica
O espetáculo de teatro musicado tem ainda Mulata, Balbina, Soulanger, Felícia, Laura, Joana, Luiza, Enedina, Sarah, Maria e Gaivota. Além de Andira Angeli, o elenco traz Vivian Oliveira, Sarah Margarido. Julia Kahane, Thayná Liartes, Fernanda Seixas, Daphne Pompeu, Daniely Peinado, Vanja Poty, Ana Oliveira, Bruna Pollari e Allícia Castro.
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A direção geral é assinada por Taciano Soares, com a diretora e dramaturga argentina Jazmín García Sathicq na co-direção, e divide a dramaturgia com Eric Lima, que é responsável pela direção musical, coreografia e identidade visual.
Banda e arranjos contam com Guilherme Bonates, Stivisson Menezes e Yago Reis, a assistência musical com Guilherme Bonates e Sarah Margarido, preparação vocal com Krishna Pennutt e provocação corporal com Viviane Palandi.
A cenografia é de Juca Di Souza, figurino de Melissa Maia, iluminação de Tabbatha, assistência de direção de Carol Santa Ana e Eric Lima, apoio técnico de Titto Silva, assessoria de comunicação de Manuella Barros e fotografia e vídeo de Hamyle Nobre.
O Teatro Gebes Medeiro fica na Avenida Eduardo Ribeiro, 937, no centro da capital.
*com informações da assessoria