Integrantes de uma organização criminosa responsável por aplicar golpes, avaliados em mais de R$ 50 milhões, em funcionários públicos do Amazonas, foram presos durante a ‘Operação Esfinge’, deflagrada na manhã desta quarta-feira (14) pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio do 13º Distrito Integrado de Polícia (DIP).
A ação policial contou com o apoio da Secretaria Executiva-Adjunta de Inteligência (Seai). Ao todo, 19 mandados de prisão e busca e apreensão foram cumpridos, sendo 14 em Manaus, que resultaram nas prisões de oito pessoas; além de cinco prisões no Rio de Janeiro, uma em Santa Catarina e outra em Sergipe.
Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta, na sede da Delegacia Geral (DG), localizada no bairro Dom Pedro, zona centro-oeste da capital, o delegado Alessandro Albino, diretor do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), destacou que as investigações já estavam sendo realizadas há mais de um ano pelo 13° DIP.
“Hoje apresentamos mais um resultado positivo da Polícia Civil, que culminou na desarticulação dessa organização criminosa que causou grande prejuízo às vítimas”, pontuou Albino.
Esquema criminoso
Segundo o delegado Cícero Túlio, titular do 13º DIP, as investigações tiveram início em 2021, e apontaram que a quadrilha utilizava o método de “pirâmide financeira” para cooptar servidores públicos do estado do Amazonas, por meio da abertura de dezenas de empresas que serviam como base para lavagem de capitais. Dessa forma, os funcionários eram induzidos a contrair empréstimos consignados.
“Os infratores conseguiram acesso às margens consignadas dos servidores públicos e, desta forma, os induziam as vítimas a contratar um empréstimo. Posteriormente, os valores eram repassados para empresas bases e escoados nas demais instituições criadas pelo grupo para dificultar e dissimular a questão da lavagem do dinheiro”, explicou Cícero Túlio.
Ainda conforme a autoridade policial, os golpistas usufruíam de boa parte dos capitais com a aquisição de veículos de luxo, imóveis, além da realização de eventos milionários e viagens internacionais.
Pelo menos cinco dos alvos, segundo Túlio, já haviam sido presos em outubro de 2022, durante a operação ‘Fair Play’, da Polícia Federal.
Procedimentos
Ainda segundo o delegado, todos os envolvidos responderão por organização criminosa, estelionato, crimes contra a ordem econômica, relações de consumo, ordem tributária, sistema financeiro, além de falsidade ideológica e fraude processual. Eles serão encaminhados à audiência de custódia e ficarão à disposição da Justiça.