Em um novo recorde, julho poderá se tornar o mês mais quente já registrado em centenas de anos nos Estados Unidos, segundo o diretor do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da Nasa, Gavin Schmidt.
A Nasa reuniu os seus principais pesquisadores, entre eles o administrador da agência espacial norte-americana, Bill Nelson, para discutir os avanços dos eventos climáticos extremos nos Estados Unidos. O anúncio aconteceu nesta quarta-feira (20), na sede da Nasa em Washington.
“Estamos vendo mudanças sem precedentes em todo o mundo”, afirmou Schmidt. Durante o encontro, os pesquisadores destacaram eventos causados pela crise climática, como inundações em New England, incêndios florestais no Canadá e ondas de calor em várias cidades norte-americanas.
O diretor do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da Nasa ressaltou ainda que as mudanças climáticas “não são uma surpresa” para os cientistas, uma vez que eles têm percebido ao longo das últimas décadas o aquecimento do planeta.
As temperaturas no Vale da Morte, na Califórnia, chegaram a 53,3°C no último domingo (16), segundo o Serviço Meteorológico Nacional dos EUA. De acordo com Schmidt, todo esse calor está “certamente aumentando as chances” de que 2023 se torne o ano mais quente da história norte-americana.
No entanto, os pesquisadores da Nasa não descartam a possibilidade de que 2024 bate mais um recorde e tenha as temperaturas mais altas do que em 2023, em decorrência dos padrões climáticos alterados pelo El Niño.
A cientista-chefe da NASA e conselheira climática sênior, Kate Calvin, ressalta também que as altas temperaturas também são influenciadas pela ação do homem.
“O que sabemos da ciência é que a atividade humana e principalmente as emissões de gases de efeito estufa estão inevitavelmente causando o aquecimento que estamos vendo em nosso planeta”, disse Calvin. “Isso está impactando pessoas e ecossistemas em todo o mundo.”
A Nasa destacou que tem trabalhado na coleta de dados para auxiliar o trabalho de cientistas e de tomadores de decisão.