Manaus – Nesta terça-feira (25), em Manaus, Geraldo Alckmin (PSDB), vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, oficializou a assinatura do contrato de gestão do Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA).
“Hoje estamos dando um passo importante, vamos iniciar uma nova jornada de bons desafios: a biodiversidade amazônica gerando emprego, renda, patentes, fazendo pesquisa e desenvolvimento. Além dos recursos públicos, podendo trazer investimento privado. O grande desafio é gerar renda e emprego, criar negócios, transformar a biodiversidade em remédios, cosméticos, inovação”,
afirma o vice-presidente.
O CBA tem como missão fomentar a economia verde na região Amazônica, por meio da conversão da biodiversidade em desenvolvimento econômico sustentável. A assinatura de Alckmin garante a gestão à Fundação Universitas de Estudos Amazônicos (FUEA), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), escolhida por meio de um processo seletivo disputado com outras duas entidades. A assinatura do contrato foi aprovada pelo Conselho de Administração do CBA, no dia 14 de julho, em decisão unânime.
“O CBA terá personalidade jurídica para transformar as riquezas da nova biodiversidade e produtos industriais, com geração de emprego e renda para nossa região”,
destaca Bosco Saraiva, superintendente da Suframa, que participou da reunião com Alckmin ao lado de autoridades e parlamentares.
Na solenidade de assinatura da gestão, Alckmin afirmou também que a premissa para a definição de um contrato de gestão é o estabelecimento de metas, que devem ser cumpridas com a apresentação dos resultados alcançados, mas com flexibilidade. Ele ainda elogiou as medidas econômicas da equipe do presidente Lula e disse que acredita que a Amazônia seja protagonista no futuro.
“Estamos vivendo um bom momento da economia, o presidente lula tem anunciado medidas importantes, recriou o Ministério da Indústria e Comércio. A Zona Franca é indústria. Estamos com câmbio competitivo, o juros tende a cair. […] Acho que a região Norte e o Amazonas serão os grandes protagonistas da nova década, com desenvolvimento, pesquisa científica, geração de emprego. É tudo que o mundo precisa”, completa o ministro.
O subcoordenador Setorial Jurídico e de Relacionamento Institucional da Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE), Francisco Soares, explica que o CBA era ligado à Suframa, mas que agora está sendo dinamizado, para se converter em um núcleo de atração de investimentos.
“Com a transformação do CBA, que atualmente funciona como um centro de pesquisa, será possível captar recursos para financiar projetos que fomentem a produção, distribuição e consumo de bens e serviços provenientes de recursos da sociobiodiversidade, favorecendo a economia do estado”,
conta
CBA e os recursos naturais
O decreto presidencial que qualificou a FUEA, por meio de Elias Moraes de Araújo, para gerir o CBA foi assinado em maio, pelo presidente Lula (PT), sob a justificativa de agregar valor e impulsionar novos negócios a partir dos recursos naturais que são encontrados na Amazônia. Até então, o núcleo era chamado de Centro de Biotecnologia da Amazônia.
Desde então, o CBA passou a ter um núcleo de negócios com atuação em duas frentes: uma voltada a pesquisas que resultem em produtos de “prateleira”, que integrem o portfólio do centro, para serem oferecidos a potenciais investidores.
A segunda, em parcerias com a iniciativa privada, pretende garantir o fornecimento de matéria-prima com regularidade (a preços competitivos). O objetivo é dar condições mínimas para que a indústria se estabeleça e haja sustentabilidade no trabalho das comunidades diretamente envolvidas, como ribeirinhos e povos originários.
“Esse é um passo inicial, quem trabalha com pesquisa sabe que não acontece do dia pra noite, mas é um passo importante. Que a gente possa pegar os resultados dessas pesquisas, transformar em resultados práticos e benéficos para nossa população, mas também usar o que temos de produto na Amazônia para produzir em grande escala, gerar emprego e renda”,
declara Wilson Lima, governador do Amazonas.
Entre os exemplos práticos da atuação do CBA, que atualmente conta com cerca de R$ 48 milhões em orçamento, estão: o desenvolvimento de catalisadores a partir do iodo para produção de biocombustíveis; o uso de insumos locais e resíduos fabris para obtenção de bioplásticos, celulose e membranas bacterianas; processos para obtenção de açaí liofilizado, manteiga de cupuaçu e óleos essenciais; e produção de corantes naturais a partir de mais de 2,6 mil espécies de microrganismos da região amazônica.
Leia também: Vice-presidente Geraldo Alckmin anuncia novos investimentos à Zona Franca de Manaus