Considerada como uma homenagem à liberdade e um momento para celebrar as histórias, experiências e adrenalinas proporcionadas pela atividade, o Dia do Motoclista é comemorado anualmente no dia 27 de julho. A data é representativa não apenas para quem pilota uma motocicleta, mas para aquele que ama a experiência sobre duas rodas. Seja na prática de algum esporte ou somente como um meio de transporte, o veículo segue conquistando o coração da população brasileira e, claro, o espaço nas ruas das capitais e do interior.
Quebrando estereótipos, alguns grupos também costumam realizar ações comunitárias e sociais. O motoclube Ministério Motociclístico AMM BRASIL, por exemplo, se reúne nesta quinta-feira (27), a partir das 20h, na Praça do Relógio, no Centro de Manaus, para fazer a tradicional distribuição de sopas. O grupo também realiza outras ações, como a voltada para a doação de sangue.
Para o vice presidente Norte-Nordeste do AMM BRASIL, o bancário Nahum Bruno Barbosa, de 44 anos, a realização dessas ações sociais são vistas como uma forma de agradecimento pelos livramentos diários. Além disso, também ressalta que a união do grupo para realizar as doações para essas pessoas tem como objetivo principal oferecer o mínimo do que elas merecem.
“A maioria dos motoclubes são muito ativos em ações sociais independentemente de serem motoclubes cristãos. Praticamente todos são muito ativos em ações sociais, e essa nossa ação de doar junto com outros motoclubes vai ao encontro de quebrar esse paradigma e essa imagem negativa”, declara Barbosa.
Segundo o bancário, a ação tem como objetivo principal “levar o pão a quem tem fome, como uma forma de agradecimento e gratidão”. Para ele, a data comemorativa existe para reconhecer este modo de transporte que só tem crescido no Brasil por conta da sua praticidade e economia, e também pelo fato de atingir, até mesmo, os públicos com menor renda.
Quebra de estereótipos
Durante muito tempo, os motoclubes foram ilustrados no cinema e na literatura como gangues do mal, pouco mais que bandos destinados a aterrorizar pequenas cidades, roubar comércios e instalar a confusão. Com o passar dos anos, os motoclubes têm tentado, cada vez mais, se afastar deste estereótipo de violência, como bem explica Nahum.
“Este reconhecimento faz com que haja uma conscientização de que, também, este público faz parte da sociedade e contribui economicamente para o país. Diariamente enfrentamos inúmeros preconceitos, principalmente com motociclistas que fazem parte de motoclubes, que são vistos como pessoas baderneiras, mal-humoradas ou mal encaradas”, frisa ele.
“É aquela visão dos filmes de Hollywood, que retratam apenas os motoclubes fora da lei e daí por diante. Isso representa uma parte minoritária. Mais de 90% dos motociclistas são pessoas de bem, éticas, que cultuam e cultivam estes pilares dos valores de respeito igualdade, irmandade e honra”, ressalta o bancário.
A relação de Nahum com os motoclubes iniciou há alguns anos, quando o bancário fez uma viagem pelo Brasil junto com quatro casais de amigos e, em todo o trajeto até Brasília, eles encontraram alguns motociclistas que participavam desses grupos.
“Eles nos receberam como se fôssemos da família deles mesmo sem nunca terem nos vistos ou nos conhecerem e isso nos deixou bastante impressionado porque faz uma boa referência a um dos pilares dos motoclubes que é o pilar da irmandade. Quando eu percebi que isso vai além do que a gente costuma ver, que são apenas os passeios que, daí por diante, quem realmente é um motociclista raiz que participa de motoclube e conhece o código motociclístico”, revela.
“O código ‘biker’ tem alguns pilares, que é a honra, a igualdade, respeito e a irmandade, e esses pilares precisam ser muito respeitados. Eles são pilares que hoje em dia a gente não costuma ver na sociedade. São valores muito fortes e arraigados dentro do motoclubismo, e que acabam impressionando quem conhece a liberdade mais a fundo. Foi este episódio específico que me despertou interesse pelos motos clubes”, conclui Nahum.
Sobre o Dia do Motociclista
Vale ressaltar que até a data se tornar algo padrão no Brasil, ela passou por inúmeras mudanças. De acordo com a Yamaha, até 1998, o Dia do Motociclista era algo arbitrário. Ou seja, cada grupo comemorava o dia em datas independentes. Além disso, associava a celebração a motivos variados.
Então, naquele ano, a Associação Brasileira de Motociclistas (Abram) começou a trabalhar para unificar a comemoração e assim surgiu o dia 27 de julho.
Nesta data, no entanto, alguns locais já comemoravam como Dia do Motociclista. Isso porque um deputado, em 1982, criou a celebração, a fim de atender o pedido de um dono de uma concessionária. A ideia, então, foi prestar uma uma homenagem póstuma ao seu ex-mecânico, falecido em 27 de julho de 1974.
Enquanto isso, Abram optou por oficializar a data como a oficial a ser comemorada em todo o Brasil. Desde 2000 a associação trabalha também com a Semana do Motociclista. Neste caso, como uma forma de valorizar e divulgar a comemoração ainda mais.