As companhias aéreas internacionais relataram lucros significativos este ano, impulsionados pela forte demanda por viagens de lazer e eventos, como a Copa do Mundo, que deram um enorme impulso à Qatar Airlines.
Na quinta-feira (27), o International Airlines Group, que inclui a Aer Lingus e a British Airways, anunciou um lucro recorde de cerca de US$ 1,4 bilhão no primeiro semestre do ano. O CEO do IAG, Luis Gallego, disse em comunicado que o grupo está planejando retornar à capacidade pré-pandêmica até o final do ano.
“A demanda dos clientes continua forte em todo o Grupo, principalmente para viagens de lazer, com cerca de 80% da receita de passageiros no terceiro trimestre já reservada. E nossas companhias aéreas colocaram em prática planos para apoiar as operações durante o movimentado período de verão”, acrescentou.
Enquanto isso, o Grupo AirFrance-KLM registrou receita de mais de US$ 8 bilhões no segundo trimestre, quase US$ 1 bilhão a mais que no ano passado, “apesar do contexto inflacionário”.
“Estou muito feliz em ver que a situação nos aeroportos está muito melhor, inclusive no hub da KLM no Aeroporto Schiphol de Amsterdã”, disse o CEO Benjamin Smith em um comunicado. “Esta temporada serve principalmente como um teste para 2024, quando a França sediará os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, dos quais a Air France é parceira oficial.”
Se o desempenho recente da Qatar Airways servir de indicação, os Jogos de 2024 beneficiarão a AirFrance-KLM.
A Qatar Airways registrou um lucro de US$ 1,2 bilhão no ano fiscal passado, atribuindo seu forte desempenho à Copa do Mundo da FIFA em dezembro.
Antes da polêmica competição, também surgiram dúvidas sobre se o pequeno país com uma população de apenas três milhões tinha infraestrutura para sediar um torneio internacional.
Mas depois de vencer a licitação, o Catar investiu cerca de US$ 220 bilhões no desenvolvimento de novos sistemas de trânsito e empreendimentos habitacionais para acomodar um público internacional. O empreendimento foi um sucesso, com vendas de ingressos para o torneio na primeira fase ultrapassando 3 milhões, segundo a FIFA.
Em seu relatório, a Qatar Airways disse que, ao longo da Copa do Mundo de 2022, a empresa operou cerca de 140 mil voos para trazer mais de 1,4 milhão de pessoas ao Catar.
“A lucratividade foi impulsionada por um aumento de 100% nas receitas de passageiros no ano passado”, disse o executivo-chefe do grupo, Akbar Al Baker, em comunicado. “Mantivemos nossa posição como a companhia aérea preferida de milhões de passageiros em todo o mundo e nossa equipe transportou 31,7 milhões de passageiros, o que representa um aumento de 71% em relação ao ano passado.”
Mas alguns líderes da indústria de viagens dizem que esse crescimento impressionante pode não durar. No início desta semana, a Ryanair, a maior companhia aérea da Europa em número de passageiros, alertou que a alta inflação e o aumento das taxas de juros poderiam prejudicar as viagens aéreas neste outono e inverno.
Mesmo com a Ryanair registrando um lucro de US$ 735 milhões no segundo trimestre, o CEO Michael O’Leary disse em um vídeo postado no site da empresa que a empresa está “preocupada com o impacto dessas tendências macroeconômicas”.
Ele acrescentou que a companhia aérea pode precisar reduzir os preços das passagens para atingir suas ambiciosas metas de crescimento de passageiros.
Mas as principais companhias aéreas não parecem ter problemas para preencher os assentos no momento, com o IAG relatando que cerca de 84% de seus assentos disponíveis foram preenchidos e a AirFrance-KLM relatando 87%.
*Com informações CNN Brasil