Manaus – O investigador da Polícia Civil Raimundo Nonato Machado foi preso na manhã do último domingo (20) na Delegacia Geral da Polícia Civil, localizada no bairro Dom Pedro, zona Centro-Oeste de Manaus. Ele tinha um mandato de prisão emitido pelo juiz plantonista do Tribunal de Justiça do Amazonas (Tjam) Alcides Carvalho Vieira Filho por um briga em um condomínio na Ponta Negra. Segundo a Polícia Civil ele decidiu se entregar.
Uma nota emitida no último domingo (20) diz que o investigador passou por exames de corpo de delito e seguiu para uma carceragem, onde ficará à disposição da Justiça. A Polícia Civil informou ainda que não compactua com atitudes como essa.
Já na manhã desta segunda-feira (21) uma coletiva de imprensa foi convocada pela Polícia Civil para esclarecer os acontecimentos. Segundo o delegado geral adjunto Guilheme Torres a esposa de Raimundo Nonato foi presa no mesmo dia da briga.
“O servidor e a esposa foram responsabilizados pelas lesões cometidas tanto na babá quanto no advogado”, afirmou o delegado.
Torres informou ainda que Raimundo Nonato foi afastado imediatamente de suas funções. Até a manhã desta segunda Nonato ainda não havia prestado depoimento, já a sua esposa Jussana depôs na última sexta-feira (18) e seguiu no sábado (19) para audiência de custódia.
Durante a coletiva, foi ressaltado também que Raimundo já tinha sido exonerado mas tinha voltado a corporação, mediante a isso, as autoridades informaram que esse retorno seria por meio de uma decisão judicial.
Acusações sobre a conduta do delegado que recebeu o boletim de ocorrência
A Polícia Civil também esclareceu sobre a conduta do delegado que cuidou do caso. O advogado Ygor Colares em um programa de TV na manhã de segunda-feira (21) informou que a tipificação, ou seja, a forma em que o crime foi tratado no boletim de ocorrência estava equivocada. O boletim foi registrado como lesão corporal e não tentativa de homicídio.
“Ressalto que não houve omissão por parte do plantão do 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP) no momento da apresentação dos envolvidos. As materialidades apresentadas fez com o que o delegado plantonista decidisse por imputar o crime de lesão corporal ao investigador e flagrantear a esposa dele por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, disparo de arma de fogo, lesão corporal e ameaça”, disse Bruno Fraga.
Guilherme Fraga esclareceu, ainda, que pode haver uma alteração na tipificação do que foi imputado ao servidor, para que ele responda a outros crimes. Isso ocorrerá a partir da análise técnica que será feita durante o prazo legal do Inquérito Policial (IP) instaurado no 19º DIP.
Procedimentos
Conforme a autoridade policial ainda não foi possível ouvir as testemunhas sobre o caso segue sendo instaurado os procedimentos cabíveis.
“Esse procedimento é encaminhado ao delegado titular e aí se instaura o inquérito policial durante o inquérito policial serão ouvidas testemunhas, serão juntados laudos periciais, serão feitas diligências e no prazo de dez dias será encaminhado esse inquérito policial a justiça”, apontou o delegado Guilherme Torres
Torres finalizou dizendo que reprova toda e qualquer conduta irregular que seja de agressão ou de qualquer gênero a qual venha denegrir a outrem. “É uma conduta reprovável e nós estamos aqui pra apurar com todo rigor aquilo que foi visto por por nós e certamente entregaremos a Justiça dentro do prazo legal pra que o Poder Judiciário junto Ministério Público se entenderem assim ofereçam uma denúncia.
Raimundo Nonato, até o momento está sendo responsabilizado como coautor das lesões corporais cometidas contra a babá no condomínio. Já Jussana irá responder por lesão corporal por ter atirado no advogado.
Edição: Hector Silva
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