Com governos bem avaliados pela opinião pública, as movimentações políticas e administrativas do governador Wilson Lima e do prefeito David Almeida indicam, também, aproximações com os aliados do governo federal e possíveis montagens de palanques eleitorais para as eleições de 2024 e 2026, mas nem tudo é céu de brigadeiro para ambos. Wilson trava disputa dentro do seu partido e David enfrenta notícia negativa sobre pedido de impeachment.
Depois de idas e voltas na declaração de apoio ao então candidato Jair Bolsonaro (PL), David Almeida defendeu definitivamente voto para Bolsonaro e até gravou vídeo ao lado do ex-presidente, no segundo turno das eleições de 2022. Tão logo saiu o resultado final do pleito, com vitória de Lula da Silva (PT), o prefeito de Manaus participou de várias agendas com os ministros escolhidos pelo presidente eleito e manteve conversas com o senador Eduardo Braga (MDB), um dos grandes parceiros de Lula.
Os petistas Sassá da Construção e Sinésio Campos não ficaram distantes dos diálogos do prefeito com a cúpula do governo federal, além do senador Omar Aziz (PSD), que é aliado de Lula e de David Almeida. As narrativas saídas dos encontros passam pelo bem-estar da cidade de Manaus.
Para consolidar a aproximação com Eduardo Braga, David criou uma secretaria de habitação municipal e nomeou um correligionário de Braga, com a promessa de um forte investimento na área de moradia popular, com recursos próprios e outros captados por emendas de parlamentares e dos ministérios do governo federal, em especial, onde tem o comando do MDB.
Wilson Lima venceu o pleito para governador em 2022, com apoio de Bolsonaro e do eleitorado bolsonarista, com destaque para votações expressivas, de ambos, na cidade de Manaus. O governador buscou e busca boa relação com o governo federal e já tem boa aproximação com os senadores Eduardo Braga e Omar Aziz. No processo da Reforma Tributária, ele teve livre acesso ao ministro Fernando Haddad para fazer a defesa do modelo Zona Franca de Manaus. O governador participou do lançamento do Novo Programa de Aceleração do Crescimento do governo federal, que aconteceu no Rio de Janeiro e da ligação da cidade de Parintins ao Sistema Nacional de Energia Elétrica. Eventos públicos que contaram com a presença do presidente Lula como o protagonista principal.
Recentemente, realizou mudanças em algumas secretarias do Estado. Wilson criou uma pasta para o setor de Mineração e Gás, uma postulação antiga do deputado estadual Sinésio Campos, que é presidente regional do PT, além de defensor da extração de minério e de gás na Região, propondo inclusive, comenda legislativa para executivo de empresa do setor.
Para a secretaria de desenvolvimento e economia foi nomeado o ex-deputado estadual Serafim Corrêa, que tem o domínio do Partido Socialista Brasil – PSB, no Amazonas, há décadas. Embora, sem mandato e numa sigla que sequer elegeu um deputado no Estado, ele pode contribuir com diálogos do governo do Amazonas com o governo Federal, pois o vice-presidente da República é filiado ao PSB.
Há movimentações do prefeito e do governador, objetivando boas relações com o governo federal. Não existem decisões e ações para romper com o ex-presidente Bolsonaro, no entanto, não foram contemplados ou chamados políticos bolsonaristas declarados para composições dos secretários no município e no Estado.
Porém, enquanto a aproximação do prefeito e do governador com o governo federal vai muito bem, Wilson Lima não consegue o controle do partido União Brasil (UB) no Amazonas. Existe uma disputa local e nacional que divide os líderes da sigla. Será resolvido pela Justiça. Isso não é o melhor caminho. E, David tem que demonstrar à população que o pedido de impeachment contra ele não tem sentido, pois mesmo que seja arquivado, não é positivo para sua imagem política e de gestor. O tempo segue e o prefeito e o governador sabem que não possuem pela frente somente um belo céu de brigadeiro na política.