O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, fechou em queda nesta quarta-feira (6). O dia foi marcado por uma grande aversão aos riscos nos mercados internacionais, com o crescente receio de uma nova alta na inflação e desaceleração econômica.
Ao final do pregão, o índice caiu 1,15%, aos 115.985 pontos. Veja mais cotações.
No dia anterior, o Ibovespa fechou em baixa de 0,48%, aos 117.331 pontos. Com o resultado de hoje, o índice passou a acumular:
- queda de 1,62% na semana;
- e altas de 0,21% no mês e 5,70% no ano.
No mercado cambial, o dólar subiu 0,16% e fechou cotado a R$ 4,9827.
O que está mexendo com os mercados?
A aversão ao risco que tomou conta dos negócios na véspera continuou impactando os mercados em nível global nesta quarta-feira (6), diante da perspectiva de desaceleração econômica em diversos países, além do receio de que a inflação volte a subir por conta dos preços do petróleo.
A Arábia Saudita e a Rússia, dois dos maiores exportadores de petróleo do mundo, anunciaram cortes na produção da commodity, levando a uma valorização expressiva nos preços dos barris.
O petróleo é matéria-prima para as mais diversas cadeias produtivas, além de ser a principal fonte de combustível até hoje. Assim, com uma redução na produção da commodity, os seus preços sobem, já que a demanda pelo produto continua elevada.
Justamente por ser matéria-prima essencial, uma alta nos preços do petróleo tem o poder de impactar toda a dinâmica de preços nos países, afetando diretamente a inflação. É por esse medo de que a inflação — que já está alta — volte a subir pelo mundo que os investidores vivem dias de uma maior aversão ao risco, priorizando os títulos que são considerados mais seguros.
“O custo do petróleo para cima atrapalha muito o custo da matriz energética como um todo, então isso tende levar a uma inflação. O mercado entendeu esse corte com o medo de uma inflação mais forte ou demorando mais a cair no cenário internacional, e aí a gente teria os Estados Unidos sendo obrigados a subir os juros ou manter os juros altos por mais tempo”, explica Vitor Miziara, analista de investimentos.
Isso aumenta a percepção de que a maior economia do mundo pode passar por um período de recessão econômica, com juros e inflação em patamares elevados.
No Brasil, com um dia se grandes destaques na véspera do feriado de 7 de setembro, Dia da Independência, as atenções seguiram voltadas para o quadro fiscal e para o cenário político brasileiro.
*Com informações G1