Manaós Basketball Team e Verona CDB/ Nilton Lins decidem, a partir desta quinta-feira (28), quem será a grande campeã da Copa Cidade de Manaus de basquete adulto feminino, torneio organizado pela Federação de Basketball do Amazonas (Febam).
Nas semifinais, o Manaós passou pelo DNA BIM, por 75 a 64, enquanto o Verona derrotou o ACB, por 95 a 54. Ao todo, cinco equipes participaram da competição, sendo que a A. E. Selva foi a eliminada ainda na fase inicial. A primeira partida das finais está marcada para 21h no Ginásio Coronel Dom Pedro, com entrada gratuita e transmissão ao vivo pela internet.
O Manaós chega motivado, depois de anotar um 63 a 26 contra o Selva e um 70 a 17 contra a ACB. Pelo lado do Verona CDB, a confiança passa pela vitória justamente contra as adversárias da final, por 66 a 44, além de um 78 a 29 contra o A.E. Selva. O retrospecto, no entanto, não garante o favoritismo para o Verona, segundo o treinador Maurício Grilo.
“Final não existe favorito, mas estamos focados e preparados. Cada jogo tem sua história, mas pelo fato de termos uma equipe mais experiente precisamos controlar nossas emoções e jogar ponto a ponto, com raça e determinação, que na final contam mais ainda do que o tático e o técnico”, afirma.
Rebeca Pinheiro, do Manaós, pensa diferente e atribui uma leve vantagem às algozes da primeira fase. Por mais que reconheça a boa fase das adversárias, no entanto, garante que a final, que vai ser decidida numa disputa melhor de três jogos, vai ser disputada.
“Nós já tivemos a oportunidade de jogarmos contra elas durante esse campeonato e não levamos a vitória da partida, porém isso nos deu uma ótima oportunidade de sentir na pele como elas jogam e quais eram nossos pontos de atenção para melhorarmos. Treinamos em cima disso e temos as melhores expectativas para hoje”, garante.
Desenvolvimento regional
O presidente da Febam, Ali Assi, afirma que a prática do basquete tem crescido tanto em Manaus, quanto no Amazonas. Das categorias de base até as competições adultas, a adesão tem sido grande de participantes e também de torcedores, mas o nível técnico das equipes, principalmente do feminino, ainda é um obstáculo, que passa pelo incentivo da prática esportiva na cidade.
“Um dos fatores que gera este disparate é a falta de espaços adequados para a prática de basquetebol, porque muitas equipes não têm local para treinamento e isso dificulta no entrosamento e no desempenho da equipe, refletindo num desempenho abaixo do que esperamos em uma competição oficial”, aponta.
A jogadora do Manaós explica também que a presença de equipes em diferentes estágios de desenvolvimento, desde as mais experientes até as iniciantes, faz com que algumas partidas tenham placares mais elásticos, além dos fatores inerentes à prática competitiva e ao incentivo à modalidade.
“Sem dúvida alguma, para podermos melhorar a competitividade do basquete feminino nos campeonatos, precisamos de mais visibilidade e incentivo para termos novos times inscritos e treinarmos cada vez mais aqueles já existentes para subirmos o nível”, diz.
O treinador do Verona CDB argumenta que o nível da competição ainda pode melhorar, mas valoriza a participação de cinco equipes no torneio, com alguns grupos conhecidos se reestruturando e com a perspectiva não só de ganhar títulos, mas também na formação individual.
“Todo título e competição são importantes, mas o nosso maior prêmio é fazer esporte e educar através dele. Dando oportunidades pra crescimento pessoal dentro e fora de quadra. Formando atletas e cidadãos para a sociedade”, declara.
Investimentos e categorias de base
Rebeca Pinheiro destaca que o surgimento do Manaós não aconteceu por meio de uma instituição que pudesse investir, mas sim despretensiosamente por ex-atletas, que a partir dos desafios da vida adulta, resolveram voltar à prática esportiva. A partir do apontamento de que a visibilidade possa ser um caminho para o desenvolvimento do basquete feminino, ela afirma que o cenário atual ainda é de escassez.
“Infelizmente os passos do desenvolvimento do basquete feminino são bem menores e mais lentos comparado ao masculino, mas nós, como um todo, lutamos para que consigamos acreditar e ver cada mais mais crianças, meninas e mulheres inseridas nesse cenário que hoje ainda é escasso”, comenta.
Neste sentido, Ali Assi destaca o calendário de competições cheio durante 2023, nas mais diversas categorias, como agente de contribuição justamente com o avanço da modalidade de forma ampla. Segundo ele, a efetiva participação da Febam no basquete feminino e nas categorias de base, que em geral recebem menos atenção, ajuda a garantir a renovação e a perpetuação das gerações de atletas no estado.
“A organização de campeonatos pela Febam tem motivado várias equipes a participarem, aumentando o número de atletas e a competitividade. A federação tem um trabalho muito grande no incentivo à participação e um cuidado também para que as competições sejam feitas de maneira a se tornarem atrativas e possam, de fato, despertar o interesse não só dos amantes da modalidade, mas também dos atletas que queiram participar”, pontua.
Apesar de contar com um time experiente, Maurício Grilo explica ainda que o foco é na final, mas também no futuro. “O projeto do Verona é a longo prazo. Esperamos iniciar as nossas escolinhas e fortalecer nossa base, para que as equipes adultas e Sub-23 continuem a ser referência e espelho para as crianças e adolescentes”, completa.
Além da grande final da Copa Cidade de Manaus adulta feminina, neste fim de semana acontece também as semifinais do campeonato Sub-14, com final acontecendo na semana seguinte. A categoria Sub-18 também caminha para a fase final, enquanto a Febam aguarda o campeonato adulto masculino e a Etapa Regional Norte do Basquete 3×3, que também está entre as prioridades da federação.