O segundo paciente do mundo a receber um coração de porco modificado geneticamente em um transplante morreu seis semanas depois da operação, e um ano e meio após a morte do primeiro paciente, anunciou o centro médico dos Estados Unidos que realizou o procedimento.
Lawrence Faucette, de 58 anos, foi considerado não apto para um transplante de coração humano devido a uma doença cardíaca avançada, o que tornava o transplante de coração de porco sua “única opção”, segundo um comunicado da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, publicado nesta terça-feira (31).
“Choramos a perda de Faucette, um paciente extraordinário, cientista, veterano da Marinha e pai de família que simplesmente queria passar um pouco mais de tempo com sua esposa, seus filhos e parentes”, declarou o cirurgião que realizou a operação.
Embora o órgão transplantado tenha aparentemente funcionado a princípio, o paciente começou a mostrar sinais de rejeição nos últimos dias, assinalou a Universidade de Maryland. Em janeiro de 2022, essa mesma instituição havia realizado o primeiro transplante do mundo de um coração de porco modificado geneticamente para um ser humano.
O procedimento trouxe grandes esperanças, pois os xenotransplantes – de animal para humano – poderiam remediar a escassez de doações de órgãos. Atualmente, mais de 100.000 americanos estão na lista de espera por um transplante.
Os transplantes de animais para humanos representam um verdadeiro desafio, pois o sistema imunológico do receptor tende a atacar o órgão estranho. Para reduzir este risco, os órgãos de porcos são modificados geneticamente.
Para muitas pessoas, os porcos são os doadores ideais pelo tamanho de seus órgãos, crescimento rápido e grandes ninhadas. Recentemente, também foram realizados transplantes de rins de porcos modificados geneticamente em pacientes com morte cerebral.
Em setembro, o Instituto de Transplantes do Hospital Langone, da Universidade de Nova York, anunciou que um rim de porco transplantado em um paciente com morte cerebral funcionou pelo tempo recorde de 61 dias.
*Com informações R7