Comer e beber estão entre as atividades mais prazerosas feitas pelo ser humano. Mas como tudo na vida, isso também pode ser melhorado. Se a junção for entre comer o alimento e beber o vinho certos isso com certeza fará com que a experiência fique ainda mais enriquecedora. Churrasco, feijoada, massas, frios, frutas, sobremesas, pães, comidas exóticas. Enfim, tudo pode ser combinado com um vinho que irá fazer com que a experiência fique ainda melhor. Mas antes de apresentar algumas ideias clássicas de harmonização, vale a pena lembrar um pouco do que se deve levar em conta na hora de fazer as escolhas.
O que é Harmonização?
Harmonizar é despertar o que há de melhor entre um alimento e uma bebida. Ela pode ocorrer de duas formas: por semelhança ou por contraste.
É preciso estar atento a algumas combinações que não funcionam como: o excesso de sal e os taninos; os taninos e os frutos do mar, pimenta e alto teor alcoólico.
É sempre bom lembrar que os vinhos brancos são ricos em acidez e praticamente não apresentam tanino, os rosés possuem tanino discreto e um pouco de acidez e os tintos são ricos em taninos.
Em qualquer harmonização o equilíbrio sempre vai ser primordial: vinhos leves pedem comidas leves; vinhos de médio corpo comidas igualmente preparadas e vinhos encorpados, comidas pesada.
Sugestões de Harmonizações
Nem sempre a combinação entre vinho e comida é lógica e direta. No entanto, há harmonizações consagradas, que não dão margem para dúvidas ou suspeitas. São relações quase perfeitas entre vinhos clássicos e pratos tradicionais.
Listei algumas opções certeiras para vocês apreciarem.
Chianti e espaguete à bolonhesa
Só de nascer em terras italianas, as uvas (e, por consequência, seus vinhos) têm acidez extraordinária. E a característica também invade a gastronomia do país – pudera, quase tudo tem tomate! – Espaguetes, pizzas, molhos… Inclusive o bolonhesa. Que todo suculento e com muito tomate e carne, pede a acidez de um bom vinho, pede um italiano, pede um Chianti!
Bordeaux e Cordeiro
Dizem que a carne de cordeiro é uma das mais convidativas aos vinhos tintos, em especial os de corte bordalês. Os autênticos Bordeaux, por sua vez, são os mais suculentos, cheios de taninos e intensidade de sabores – e até parece que é de cordeiro que estamos falando. Quanto mais jovem a carne e mais delicado o seu preparo, mais redondo deve estar o vinho – taninos e acidez equilibrados, dos vinhos prontos para beber. Por outro lado, os cozidos mais robustos encontram a perfeição ao lado de um Bordeaux jovem.
Tannat e Churrasco
Muitas são as carnes que podem ser servidas num churrasco e harmonizá-las não é tão difícil. Pedaços suculentos, como ponta, bife ancho, bife de chourizo, chuleta (ou bisteca), costumam também ser fibrosas. Então, que tal um Tannat? Com tantos taninos, contrasta muito bem com a carne suculenta. Ela preenche a boca, ele diminui a salivação.
Chablis e Ostras
O segredo da harmonização é a mineralidade. E não é difícil entender o por quê… Há milhões de anos, a região de Chablis era inundada por um oceano, e mesmo depois de seco, continua a influenciar – e muito! – as uvas que por lá nascem. O próprio solo da região é composto por sedimentos de conchas. A alta acidez e o toque salgado é que fazem essa uma harmonização perfeita.
Espumante e Comida de Boteco
A comida de boteco, principalmente as frituras, sempre casaram muito bem com cerveja. Mas você já pensou em beber um espumante brut ou Prosecco gelado enquanto aprecia essas comidinhas? Tenha certeza de que não irá se arrepender. A acidez da bebida ajuda a equilibrar a gordura da fritura e fará uma combinação surpreendente.
Porto Ruby e chocolate
A potência do Vinho do Porto é perfeitamente adequada para harmonizar a intensidade do chocolate, assim como sua textura e paladar. E não é só por serem docinhos que os fortificados do Portos combinam tão bem com chocolate ao leite – mas sim por trazerem, entre notas de frutas vermelhas, as do próprio doce.
Riesling e comida árabe
Tamanho leque de aromas e acidez muito equilibrada com a doçura, os Rieslings harmonizam muito bem com comidas condimentadas e picantes. Pensou em zaatar e pratos árabes? Tanto as pastas dessa culinária quanto os outros alimentos muito bem temperados, pedem pela acidez e doçura de um Riesling para deixar tudo ainda mais saboroso e elegante.
Estas foram algumas combinações clássicas que separei para vocês que iniciam nessa alquimia (que não é nenhum bicho de sete cabeças).
Espero que tenham gostado.
E lembrem-se, vinho bom é aquele que gostamos.
Um abraço, um brinde e até a próxima!!