O tenente da Polícia Militar do Amazonas (PMAM), Luiz da Silva Ramos, foi encontrado morto no banheiro do Comando Geral da Polícia Militar do Amazonas (CGPM-AM), na manhã desta terça-feira (21). Luiz aguardava o julgamento do “Caso Grande Vitória”, em que policiais militares são acusados de matar três jovens em 2016.
Segundo colegas de farda da vítima, por volta das 8h, tiros foram ouvidos no recinto do CGPM-AM. Na ocasião, os PMs entraram no banheiro do local e se depararam com o corpo de Luiz estirado em uma poça de sangue. A suspeita é que o homem tenha tirado a própria vida. Luiz atuava no setor administrativo da Polícia Militar.
O policial era réu no caso dos oito PMs suspeitos do homicídio e ocultação de cadáver de três jovens, ocorrido em 2016, no bairro Grande Vitória, zona leste da capital amazonense. Na ocasião do crime, os jovens identificados como Alex Júlio Roque, 25, Rita de Cássia Castro da Silva, 19, e Weverton Marinho Gonçalves, de 21 anos, desapareceram após uma abordagem policial.
Conforme investigações da Polícia Civil, Alex supostamente ameaçava Luiz de morte que, à época, era aspirante e tinha forte atuação naquele bairro.
Em 2016, após o crime, o policial foi preso juntamente com outros PMs. A investigação apontou que o desaparecimento dos jovens poderia ter relação com a ameaça de morte que os policiais, supostamente, estavam recebendo de Alex. Os corpos dos jovens nunca foram encontrados.
O julgamento popular que tinha Luiz no banco dos réus estava marcado para acontecer no dia 6 de novembro deste ano, porém, havia sido remarcado para o dia 29 de janeiro de 2024.
Veja um trecho do documento sigiloso da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestro (DEHS)
Em entevista ao portal Estado Político, a advogada de defesa de Luiz, Martha Mafra Gonzales, afirmou que, recentemente, o tenente teria descoberto a presença de dois tumores no cérebro.
“Ele [Luiz] descobriu que estava com dois tumores no cérebro e ficou internado por 15 dias, com suspeita de meningite, mas eram os tumores. Ele foi hoje ao Comando [CGPM-AM] entregar o exame de ressonância magnética e a licença de 90 dias”, relata a advogada.
Ainda conforme informações de pessoas próximas ao policial, ele teria mudado o comportamento e estava, aparentemente, depressivo após o reagendamento do julgamento em torno do caso.
As circunstâncias que envolvem a morte do PM estão sendo investigadas pela Polícia Civil.