A Polícia Federal (PF) prendeu um homem de nacionalidade portuguesa suspeito de tráfico internacional de bebês na manhã desta segunda-feira (4), em Valinhos, no interior de São Paulo. De acordo com o inquérito policial, ele chegou a levar uma recém-nascida para a Europa.
Agentes da PF cumpriram ainda quatro mandados de busca pessoal e uma ordem de busca e apreensão como parte da Operação Deverra. O português foi preso em caráter preventivo. As diligências são realizadas nas cidades de Valinhos e Itatiba
A investigação teve início no último dia 30 com notícia oriunda do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) de que um bebê recém-nascido na cidade de Valinhos, no interior de São Paulo, que ainda se encontra no hospital, havia sido abandonado pela mãe e foi registrado como filho de um homem de nacionalidade portuguesa.
As suspeitas recaíram no possível tráfico internacional de bebês, e verificou-se que em menos de um mês, o mesmo homem de nacionalidade portuguesa havia registrado outra recém-nascida no mesmo hospital como sua filha.
A Polícia Federal constatou que esses registros de paternidade se deram por uso de documentos falsos perante a Justiça Estadual, em juízos diferentes, acompanhados de pedidos de guarda unilateral dos bebês, o que lhe permitiria sair do país sem anuência da mãe.
Os sistemas da PF identificaram quatro viagens feitas pelo investigado entre Brasil e Portugal, em 2015, 2021 e 2023. Neste ano, foram duas viagens, sendo que, da última vez em que deixou o Brasil, em 24 de outubro, o português levou uma recém-nascida para seu país natal. Agora, retornou sem a bebê. A PF suspeita que ele teria vindo buscar o outro bebê, que está no hospital.
A ofensiva da PF se debruça sobre supostos crimes de tráfico internacional de crianças, registro falso, promoção de ato destinado ao envio de criança ou adolescente para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o objetivo de obter lucro.
Pelos delitos apurados até o momento, os envolvidos poderão responder pelos crimes de tráfico internacional de crianças, registro falso, promoção de ato destinado ao envio de criança ou adolescente para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro, entre outros delitos que poderão ser melhor definidos após a análise do material apreendido, podendo a pena ultrapassar 18 anos.