A polícia nicaraguense deteve na quinta-feira (28), dois padres católicos de alto escalão que são próximos ao líder máximo da Igreja no país, disse uma pessoa com conhecimento do assunto, elevando para pelo menos seis o número de clérigos detidos nesta semana.
A fonte, que não quis se identificar por medo de ser presa, afirmou que os dois padres foram detidos por orarem publicamente pelo bispo preso Rolando Álvarez, o mais proeminente crítico do presidente Daniel Ortega.
O meio de comunicação local Confidencial identificou os padres como Carlos Aviles e Hector Treminio e observou que a prisão deles eleva para pelo menos seis o número de padres detidos na última semana, acrescentando que dois dos clérigos já haviam sido libertados.
A assessoria de imprensa do governo não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Nos últimos anos, o governo de Ortega teve como alvo membros da Igreja Católica, uma repressão que as autoridades disseram no passado ser necessária para punir o comportamento de traição ou outros supostos crimes.
Aviles é o segundo clérigo mais graduado da Arquidiocese de Manágua, liderada pelo cardeal Leopoldo Brenes, enquanto Treminio é seu tesoureiro.
Álvarez, bispo de Matagalpa, criticou vigorosamente a resposta mortal do governo aos protestos em massa que eclodiram em 2018, e foi condenado por traição e sentenciado a uma pena de 26 anos de prisão neste ano.
Na semana passada, a polícia prendeu o bispo Isidro Mora, da diocese de Siuna, tornando-o o segundo bispo a ser detido após a detenção de Álvarez em 2022.
*Com informações Terra