A Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), através da Fundação Hospitalar Alfredo da Matta (FUHAM), instituição de assistência, ensino e pesquisa em Saúde, fechou programação especial alusiva ao Janeiro Roxo, mês dedicado à Hanseníase, com ações de orientação, reforço no atendimento e busca ativa de novos casos da doença. No último domingo do mês, dia 28, será celebrado o Dia Mundial da Hanseníase.
Segundo o diretor-presidente da FUHAM, Carlos Chirano, todas as ações do Janeiro Roxo têm um objetivo principal, o de chamar a atenção ao problema de saúde pública que a Hanseníase ainda representa no Brasil, inclusive no Amazonas.
“O importante dessas ações é incentivar as pessoas a fazerem o diagnóstico precoce e evitar as mutilações, as incapacidades (físicas) e interromper a cadeia de transmissão. A Hanseníase ainda é uma doença grave, que passa de uma pessoa para outra, e toda doença infectocontagiosa, enquanto tiver uma pessoa contaminada, tem risco da propagação da doença”, afirma Chirano.
Caminhada
A programação do Janeiro Roxo na FUHAM começa no próximo dia 21 (domingo), a partir das 9h, quando será realizada a ‘Caminhada Derma-a-pé’, com concentração na Praça do Relógio, na avenida Eduardo Ribeiro. Os participantes subirão a avenida, aproveitando o movimento de pessoas na Feira de Artesanato, divulgando orientações básicas sobre a Hanseníase.
Mutirão
No dia 28, sábado do fim de semana seguinte, a FUHAM abre as portas para o 1º Mutirão Dermatológico do ano. O objetivo é receber pessoas que tenham algum tipo de mancha na pele, realizando atendimento dermatológico em geral, mas fazendo a chamada busca ativa de casos não diagnosticados do Hanseníase. Não é preciso de encaminhamento de outras unidades de Saúde para ser atendido.
O atendimento começa às 7h, na sede da FUHAM, localizada na avenida Codajás, nº 24, bairro Cachoeirinha, zona Sul de Manaus. O atendimento ocorre até as 15h. Cerca de 80 profissionais, entre médicos, enfermeiros, servidores da área administrativa e apoio, vão estar mobilizados.
A FUHAM também vai realizar testes rápidos de Sífilis e HIV, durante o Mutirão. A pele é um dos órgãos do corpo humano que mais são afetados pela evolução da infecção do HIV.
Seminário
Fechando a programação, a FUHAM realiza, no dia 3 de Fevereiro (sábado), o seminário ‘Pensando em Hanseníase: Aspectos Clínicos, Laboratoriais, Epidemiológicos e Perspectivas’. O evento começa às 8h, com término previsto para às 12h30, e será realizado no Auditório da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESA) da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
O evento inclui palestras de temas como Epidemiologia da Hanseníase: Situação Atual, Manifestações Clínicas da Hanseníase, Tratamento da Hanseníase – MDT e Esquemas Alternativos, entre outros. Na lista de palestrantes, estão profissionais de Saúde como Sinésio Talhari, Heitor Gonçalves, Mariane Stefani, Rossilene Cruz, com todos os nomes podendo ser conferidos no site da FUHAM (https://www.fuham.am.gov.br).
As inscrições são gratuitas, assim como a participação. Para estudantes da área de Saúde, serão fornecidos certificados.
Números da doença
Em 2023, foram detectados no Estado do Amazonas 310 casos novos de Hanseníase. Do total de casos novos, 106 (34,2%) eram residentes de Manaus e 204 (65,8%) residentes em outros 42 municípios. Na faixa etária de maiores de 15 anos foram detectados 290 (93,5%) casos e 20 em menores de 15 anos (6,5%). Em relação a 2022, quando foram registrados 344 casos, houve uma redução de 10,9% no número total de casos.
Em relação à taxa de detecção, o Amazonas passou de 44,3/100 mil habitantes em 2000 para 7,26/100 mil habitantes em 2023, o que representou uma redução de 82,1%, porém o parâmetro de endemicidade ainda é considerado médio.
Nos municípios do interior observou-se também esta diminuição no mesmo período (2000 a 2023). Manaus apresentou comportamento descendente semelhante ao estado com redução de 88,9% no período. Hoje, Manaus está com taxa de detecção de 4,7/100 mil habitantes, no parâmetro de média endemicidade. O Amazonas ocupa, atualmente, o 17º lugar no ranking dos estados brasileiros em números de casos registrados de Hanseníase, segundo o Ministério da Saúde. Os dados são do Departamento do Controle de Doenças e Epidemiologia (DCDE) da FUHAM. A Fundação Hospitalar Alfredo da Matta abriga a coordenação do Programa Estadual de Combate à Hanseníase e é centro de referência para tratamento da doença junto à Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e Organização Mundial de Saúde (OMS).