O Bitcoin (BTC) se recuperou na manhã desta quarta-feira (14) após cair junto com os mercados globais na esteira da inflação do Estados Unidos, que veio acima do esperado e reduziu as esperanças de cortes rápidos nas taxas de juros no país.
Por volta das 8h, a maior criptomoeda do mercado opera em alta de +2,80%, a US$ 51.555, atingindo uma capitalização de mercado de US$ 1 trilhão pela primeira vez desde dezembro de 2021.
As principais altcoins também são negociadas no campo positivo nesta manhã. O Ethereum (ETH) avança +3,10% e a Solana (SOL) sobe +1,50%. Entre as criptos menores, o destaque desta quarta é a Blur (BLUR), com valorização de +16,90% nas últimas 24 horas.Em contraste, o índice S&P 500 cai 1,4% – o seu pior desempenho diário após a inflação desde setembro de 2022 –, o ouro recua e os rendimentos dos yields disparam à medida que os investidores reduzem as expectativas com os cortes das taxas de juros nos EUA.
De acordo com a ferramenta CME FedWatch Tool, 63% dos traders de futuros acreditam que os membros Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) devem manter os juros no patamar atual de 5,25% a 5,50% ao ano na reunião de maio.
O Bitcoin mostrou “resiliência impressionante, apesar da deterioração noturna no sentimento de risco”, escreveu Tony Sycamore, analista de mercado da IG Australia Pty, em nota citada pela Bloomberg.
Alguns traders têm como meta preços próximos de US$ 64 mil nas próximas semanas, à medida que cresce a demanda pelos ETFs (fundos de índice) com exposição direta à criptomoeda nos EUA, aprovados pelo regulador do país na segunda semana de janeiro.
Com exceção do GBTC, fundo fechado da gestora Grayscale que foi transformado em ETF e registrou saídas massivas desde o mês passado, os demais produtos financeiros acumularam mais de US$ 11 bilhões em BTC. Os resgates do GBTC também diminuíram gradualmente.
“Estamos vendo formalmente o início do padrão Fibonacci, cujo alvo parece ser a área de US$ 63,7 mil”, disse Alex Kuptsikevich, analista de mercado sênior da FxPro, para o portal especializado em criptomoedas CoinDesk. “Isso está perto das máximas históricas e é improvável que seja o fim da recuperação global, embora seja esperada uma mudança significativa.”
O maior preço alcançado pelo Bitcoin até hoje foi de US$ 69 mil, registrado em novembro de 2021.
Além dos ETFs, o halving – atualização prevista para abril que reduz pela metade a emissão de BItcoin – também é visto pelos analistas como um catalisador de alta para a criptomoeda. O ativo digital costuma subir antes do evento, que ocorre a cada quatro anos.