Certa vez li que as coisas boas e belas não fazem ruído. Passam por nós em silêncio. As flores ao desabrocharem em toda a sua policromia não fazem ruído… Os frutos crescem e amadurecem nas árvores sem ruído… As sementes germinam; o sol nasce e morre em sua potencialidade de fogo sem fazer barulho… As estrelas estão ali, no céu, tremeluzindo em prata, sem nenhum alarde… A neve quando cai cobrindo a tudo com seu manto branco também não faz ruído algum… Assim também a beleza da maternidade, o amor materno e o leite da mãe ao recém-nascido, não fazem ruídos. Mostram que são condutos de vida e sinal do divino atuando em nós. Se nas maternidades de Manaus nascem por dia dezenas de crianças ninguém fala do assunto na mídia. No entanto tudo modificar-se-ia se um grupo de mulheres se reunisse em praça pública reivindicando o direito a seu próprio corpo e a favor da legalização do aborto; ou se alguma mãe jogasse no lixo o feto; ou como anos atrás acorreu no bairro de São Raimundo quando a mãe abandonou dentro de uma caixa de papelão seu bebê recém-nascido, no meio de uma movimentada avenida (Leopoldo Péres) com o intento de que o atropelassem. Isso sim, seria notícia para a “mass-media”. O bem não faz nenhum ruído. E o que faz ruído não faz nenhum mal. Sempre no mêsde maio consagrado as mães, lembro figuras de mães-exemplos: A primeira que se tornou ao longo dos séculos, modelo de maternidade, Maria a chamada na teologia com palavra grega Theotókos (Mãe de Deus). Digna da divindade de seu filho e também de sua humanidade. Digna até na trilogia: despojamento-desolação-doação ao pé da cruz ao receber a maternidade universal segundo o credo católico. A segunda mãe que me impressionou foi a imagem daquela mãe anônima do barco “Bismark” que afundou no rio Madeira anos atrás. Ela foi salva, mas carregava no colo o filhinho morto. Tal era a dor que emanava de seus olhos e a atitude de entrega aos desígnios divinos que lembrou o idêntico semblante da Pietá da Basílica de São Pedro. A terceira englobo essas mães que desde o início da gravidez enfrentam todo o tipo de adversidades: A pobreza extrema, ignorância, desemprego, falta de moradia, fome, não são motivos para esmorecer. E tem no peito, esperança, a coragem dos que vencem e o sol nas mãos! A quarta mãe-exemplo é Madre Tereza de Calcutá. Nunca gerou um filho, mas foi mãe espiritual daquelas crianças duma escola de deficientes que estava em meio ao fogo cruzado na guerra da Bósnia. Ela atravessou serena o terreno beligerante. Calaram-se de imediato os sons das granadas, metralhadoras e bombas tal o magnetismo emanado de sua frágil figura. E resgatou-os. Essa, a mais fiel interpretação da arte do amor maternal. Numa igreja da Galícia (Espanha) existe a imagem da Virgem amamentando Jesus. Desprendia-se dali uma força interior que se expressava em silêncio. A força do Amor e do Bem. E o bem não faz ruído. Como o leite da mãe ao recém-nascido.
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