O Ibovespa apresentou leve queda de 0,7% em março, encerrando o primeiro trimestre com desvalorização de 4,5%, aos 128.106 pontos, o pior desempenho do período entre as Bolsas globais, segundo a Genial Investimentos.
Em linhas gerais, como as expectativas positivas não se confirmaram neste início de ano, os analistas promoveram diversas mudanças nas carteiras recomendadas de ações para abril.
O saldo de um aumento de quase 28% nas trocas de papéis, frente a março, foi o ingresso de Lojas Renner (LREN3) e Weg (WEGE3) entre as mais indicadas para este mês – ambas com quatro apontamentos.
A liderança continua com a Vale (VALE3), com oito indicações, seguida de Itaú Unibanco (ITUB4), com seis. Localiza (RENT3) aparece na terceira posição, com cinco escolhas por parte dos especialistas, enquanto Cyrela (CYRE3), Petrobras (PETR4) e Sabesp (SBSP3) fecham a lista de destaques, todas com quatro citações. Vivara (VIVA3) perdeu três recomendações e ficou de fora da relação deste mês.
Empresa | Ticker | Nº de recomendações | Retorno em março | Retorno em 2024 |
Vale | VALE3 | 8 | -5,13 | -17,68 |
Itaú Unibanco | ITUB4 | 6 | 2,84 | 6,22 |
Localiza | RENT3 | 5 | 3,17 | -14,03 |
Cyrela | CYRE3 | 4 | 3,70 | 3,57 |
Lojas Renner | LREN3 | 4 | 8,51 | -1,58 |
Petrobras | PETR4 | 4 | -6,93 | 0,32 |
Sabesp | SBSP3 | 4 | 7,00 | 12,38 |
Weg | WEGE3 | 4 | 4,27 | 4,51 |
Ibovespa | *** | *** | -0,71 | -4,53 |
Lojas Renner (LREN3)
“Entre os nomes de varejo, Renner continua sendo nossa escolha preferida”, diz o BTG Pactual, em relatório. A instituição afirma que a companhia segue bem posicionada para ganhar participação de mercado no fragmentado setor de varejo de vestuário no Brasil, apesar da desaceleração nas vendas nos últimos trimestres.
“Além de uma melhoria gradual na rentabilidade e na posição de caixa líquido, vemos o negócio de financiamento ao consumidor da LREN como um beneficiário de potenciais cortes nas taxas de juro, justificando a nossa classificação de compra.”
Weg (WEGE3)
A BB Investimentos pondera que o consenso de mercado projeta um cenário de acomodação nas tendências de crescimento da Weg para o curto prazo. Apesar de compartilhar dessa visão, a corretora acredita que a tese de investimento no papel continua sólida para o longo prazo.
A avaliação se baseia nas vantagens competitivas da empresa, capacidade operacional e bom posicionamento para captura de oportunidades no ambiente global de eficiência/transição energética e sustentabilidade. Para os analistas, tais temas devem permear de forma progressiva o setor de bens de capital nos próximos anos.
Vale (VALE3)
A mineradora perdeu uma recomendação em relação a março, mas permanece no topo do pódio, com oito escolhas. Na opinião da Ágora Investimentos, a companhia apresentou resultados fortes no quarto trimestre de 2023, impulsionados principalmente pelo desempenho operacional e sólida geração de caixa.
Itaú Unibanco (ITUB4)
A Ágora diz estar confiante de que o banco será capaz de manter seu ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) acima de 20%, apesar da recente volatilidade nos números, em todos os segmentos de negócios.
Localiza (RENT3)
Diante da queda das ações nas últimas semanas, a Ativa Investimentos elevou o peso relativo de Localiza em sua carteira recomendada para abril, de 5% para 7,5%. “Com a entrega do resultado do 4T23, temos mais confiança de que a companhia conseguirá compensar a alta depreciação com ajustes nas diárias e ganhos de eficiência nos segmentos de locação.”
Petrobras (PETR4)
A Ágora lembra que os papéis da estatal apresentaram forte volatilidade em março, em meio aos ruídos e frustração causados pelo não pagamento dos proventos extraordinários relativos a 2023. “De todo modo, optamos pela manutenção das ações em nossa carteira, principalmente considerando o seu peso relativo similar ao do Ibovespa (10% da composição da carteira) e pelo nível de carrego de dividendo corrente ainda próximo dos 10%.”
Cyrela (CYRE3)
A Santander Corretora elevou recentemente o preço-alvo estimado para as ações da Cyrela ao fim deste ano, de R$ 28 para R$ 32. O papel permanece como preferido entre as construtoras de média/alta renda do universo de cobertura da instituição. Entre os pontos fortes está o potencial de crescimento do retorno sobre o patrimônio líquido nos próximos anos – de 14,7% em 2024 e 16,9% em 2025, versus 12,4% nos últimos 12 meses.
Sabesp (SBSP3)
“Acreditamos que a potencial privatização em curso transformará a Sabesp em uma história de investimento ainda mais atraente e a colocará entre as poucas ações com forte potencial de valorização nos próximos anos”, afirma o Santander. Segundo a corretora, no estágio atual, a companhia ainda é “ineficiente”, cenário que pode mudar com a venda do controle. Dessa maneira, os especialistas dizem que a Sabesp apresenta uma das melhores assimetrias entre as empresas analisadas no setor saneamento.
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