O Bitcoin (BTC) recua na manhã desta quarta-feira (10) após a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de março dos Estados Unidos, que veio acima do esperado pelo mercado.
O índice subiu 0,4% no mês passado, mesma taxa observada em fevereiro, segundo dados do Departamento do Trabalho do país. A alta acumulada dos últimos 12 meses ficou na casa dos 3,5%.
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Esses dados mostram que a “inflação não está recuando conforme o esperado e isso provocou uma leve reação de queda do mercado, porque se a inflação não for controlada, o corte de juros vai ser complicado”, disse Tasso Lago, especialista em criptomoedas e fundador da Financial Move.
Dados da ferramenta CME FedWatch sugerem uma probabilidade de 42% de o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) manter a taxa de juros no nível atual de 5,25% e 5,50% ao ano em junho.
“Pode parecer contrassenso para a grande maioria, mas nesse momento o mercado deseja ver um desemprego crescente, pois desemprego crescente é menos demanda e menos pressão compradora, e isso iria dar uma tranquilidade maior na inflação”, completou Tasso.
Por volta das 10h20, o Bitcoin opera em queda de -4,40%, a US$ 67.902. As principais altcoins também são negociadas no campo negativo. Solana (SOL) recua -6,20%, Ethereum (ETH) cai -5,50% e XRP (XRP) desvaloriza -5,20%.
Em Wall Street, os índices futuros viraram para fortes quedas após o CPI. Dow Jones Futuro recua -0,85%, S&P 500 Futuro cai -1,01% e Nasdaq Futuro encolhe -1,26%.
ETFs e halving
Além dos juros, o Bitcoin e as demais criptomoedas também vêm reagindo ao fluxo de saídas nos ETFs (fundos de índice) à vista de BTC nos Estados Unidos. Os produtos registraram saques de US$ 242 milhões entre a segunda-feira (8) e a terça-feira (9), segundo dados da BitMEX Research.
O halving do Bitcoin, evento técnico que cortará pela metade a emissão de novas unidades da criptomoeda a partir do dia 19 de abril, também tem gerado movimentações que podem afetar ainda mais o preço nos próximos dias.
“Os investidores podem lidar com as oscilações do setor mantendo uma perspectiva de longo prazo, ignorando as flutuações de curto prazo e concentrando-se no potencial de valorização a longo prazo”, sugeriu Ricardo Da Ros, CEO da Patex.