BRASIL – Em meio a crescentes tensões entre Elon Musk e Alexandre de Moraes, o empresário voltou criticar o ministro, alegando que ele interferiu nas eleições brasileiras de 2022. “De Moraes definitivamente interferiu nas eleições do Brasil”, escreveu o bilionário em uma publicação no X (antigo Twitter), na noite desta quinta-feira (18/4).
Musk acusa
A declaração de Musk foi feita em resposta a uma postagem do jornalista norte-americano Michael Shellenberger, que abordou o que ficou conhecido como “Twitter Files”. Nos últimos dias, Musk tem acusado o ministro de censurar parlamentares e jornalistas de oposição ao governo Lula.
Em resposta, Alexandre de Moraes incluiu o empresário como investigado no inquérito das milícias digitais que corre no Supremo Tribunal Federal (STF).
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Nesta quarta-feira (17/4), a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos divulgou um relatório com decisões sigilosas de Moraes envolvendo o X e outras plataformas digitais. Além disso, está previsto que Elon Musk preste depoimento à Câmara do país norte-americano no início de maio. É importante ressaltar que Alexandre de Moraes, além de ministro do STF, presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições de 2022.
“Censura”
“Anos de planejamento militar e de inteligência entre EUA e Reino Unido por trás da ampla censura no Brasil, sugerem evidências. Evidências secretas, unidades de espionagem especializadas e proibições permanentes de populistas foram as principais táticas desenvolvidas por agentes do governo.
Na noite passada, o Comitê Judiciário da Câmara dos Deputados dos EUA divulgou mais de 500 páginas de documentos confidenciais do tribunal brasileiro relacionados a demandas de censura no X, antigo Twitter.
O Comitê os obteve por meio de seus poderes de intimação. Os documentos mostram um único ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, exigindo a proibição permanente de mais de 150 governantes eleitos e jornalistas. Moraes exigiu essas proibições em processos secretos, sem explicação ou meios de recurso, e em plataformas de redes sociais.
Dada a dependência dos líderes eleitos das redes sociais, estas exigências de proibições podem constituir interferência eleitoral. Num caso, Moraes exigiu que todas as principais plataformas de redes sociais, incluindo pelo menos uma, o Twitter, que não publicou o material ofensivo, banissem um deputado federal, Marcel Van Hattem.
O TSE alegou que Van Hattem criticou os resultados eleitorais. O vídeo de Van Hattem, lançado um dia antes da eleição, não só não estava relacionado com as eleições, mas também era uma crítica ao Departamento do Trabalho. Em muitos aspectos, o sistema de censura abrangente do Brasil é exclusivo do Brasil.
O Complexo Industrial de Censura do Brasil está localizado no Judiciário, e não no Poder Executivo, como acontece na Europa, na Comissão Europeia, e nos EUA, no Departamento de Defesa, no Departamento de Segurança Interna, na National Science Foundation e em outras agências. Contudo, noutros aspectos, a censura no Brasil reflete simplesmente a forma mais avançada da visão do Complexo Industrial de Censura criada por funcionários dos governos dos EUA e do Reino Unido, particularmente aqueles que trabalham para as agências militares e de inteligência.
“O nosso trabalho revelou que atuais e antigos agentes do Departamento de Defesa dos EUA, da CIA, do Departamento de Segurança Interna e do Ministério da Defesa britânico desenvolveram programas abrangentes de censura. O Departamento de Defesa e a National Science Foundation foram apanhados financiando a criação de ferramentas de censura, incluindo ferramentas baseadas em IA, para que o Facebook, o Twitter e outras plataformas de redes sociais se envolvam em censura em massa. A partir do início de 2017, várias agências militares e de inteligência e agentes dos governos dos EUA e do Reino Unido desenvolveram táticas de censura semelhantes que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil foi flagrado usando.”