O curta-metragem brasileiro “Amarela” foi indicado nesta semana à Palma de Ouro no 77º Festival de Cannes. O filme é o único representante da América Latina a disputar a premiação na categoria de curtas.
Dirigido pelo nipo-brasileiro André Hayato Saito, a película foi selecionada entre 4.420 outras para fazer parte de uma lista de apenas 11 produções.
Dentre os escolhidos para a disputa, estão filmes de dez nacionalidades diferentes: Azerbaijão, Brasil, Bulgária, Canadá, China, Croácia, França, Kosovo, Lituânia, Portugal e Estados Unidos.
“‘Amarela’ é uma ferida aberta não só do povo nipo-brasileiro, mas de todos os filhos das diásporas ao redor do globo que se conectam a esse sentimento de serem estrangeiros no próprio país”, comenta Saito.
“Sempre me senti japonês demais pra ser brasileiro e brasileiro demais pra ser japonês. A busca por uma identidade que habita o entre-lugar se tornou a parte mais sólida de quem eu sou”, completa.
O enredo do filme acompanha Erika Oguihara (Melissa Uehara), uma adolescente nipo-brasileira que rejeita as tradições de sua família japonesa e está ansiosa para comemorar um título mundial de futebol pelo Brasil em 1998.
Em meio a tensão que progride durante a partida, Erika sofre com uma violência que parece invisível e, por isso, adentra em um mar doloroso de sentimentos.
“Amarela” foi produzido por Mayra Faour Auad e Gabrielle Auad, da MyMama Entertainment.
A Palma de Ouro de Curta-Metragem será entregue pelo Júri presidido pela atriz belga Lubna Azabal no dia 25 de maio, durante a cerimônia de encerramento do 77º Festival de Cannes.