A cidade de Porto Alegre deve, enfim, voltar ao seu estágio normal pós-inundações apenas no mês de junho. A estimativa é do diretor geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos, Maurício Loss. Em entrevista, Loss disse que está retomando a atividade das casas de bombas desligadas, mas que a previsão de chuva deve afetar os trabalhos.
“A gente torce muito pra que a cidade não esteja mais inundada num prazo curto, de quinze dias, por exemplo. Mas, tudo depende da natureza, das chuvas e de como as bombas vão funcionar, conforme a gente reestabelecer as casas de bombas. Então isso pode levar 20 dias ou até um mês”, disse ele.
Loss defende que as casas de bombas foram projetadas de forma equivocada. Ao longo do mês de maio, das 23, 19 chegaram a ficar inoperantes. Elas foram desligadas ou porque acabaram completamente inundadas, com a água do rio voltando pelos dutos de onde deveria sair, ou por conta do desligamento preventivo da rede elétrica por parte da CEE Equatorial, concessionária de energia que abastece a capital gaúcha.
Ele entende que elas deveriam ter sido construídas com parte da estrutura mais elevada, para proteger os motores e evitar que a água fizesse o caminho contrário, invadindo os tubos de escoamento.
A velocidade de recuperação da cidade pós inundações depende também do desempenho das bombas emprestadas da Sabesp e dos arrozeiros. Das 18 bombas da companhia paulista, nove ficarão em Porto Alegre.
As chuvas deste ano levaram o nível do lago Guaíba à máxima histórica de 5,35 metros no dia 6 de maio. Em novembro do ano passado, a medição do rio no Cais Mauá chegou a apontar 3,46 metros. Antes disso, apenas a enchente de 1941 tinha registrado um patamar tão elevado, com o rio indo a 4,76 metros.
Há fatores meteorológicos que implicam diretamente na velocidade de vazão das águas e diminuição do nível do lago. Além de chuvas no interior do estado, especialmente na bacia do rio Jacuí, os ventos que vem do Sul também acabam represando a água do Guaíba, impedindo que ela escoe para a Lagoa dos Patos.