A Venezuela entra, na quinta-feira, na reta final da sua campanha eleitoral à Presidência até a votação marcada para o fim do mês, que segundo analistas, pode apresentar um cenário de desvantagem para o incumbente Nicolás Maduro.
Ativistas de oposição têm regularmente denunciado o que chamam de táticas opressivas de Maduro, um socialista em busca do terceiro mandato, como o aprisionamento de membros da oposição. Na segunda-feira, Maduro afirmou que concordou em retomar conversas com os Estados Unidos, embora autoridades norte-americanas não tenham confirmado a informação.
O período que antecede o começo oficial da campanha, em 4 de julho, tem sido atípico. A oposição construiu uma vantagem substancial nas pesquisas, mesmo após um tribunal proibir a líder Maria Corina Machado de concorrer, levando sua coalizão a apoiar um novo candidato, Edmundo González, um ex-diplomata pouco conhecido.
A campanha termina em 25 de julho, três dias antes da eleição.
A oposição tem sido forçada a fazer campanha majoritariamente por redes sociais e no boca a boca diante da falta de recursos ou acesso à imprensa estatal tradicional.
Mesmo assim, Machado ainda se destacou fazendo campanha em várias cidades acompanhada por centenas de motociclistas, tática tão bem sucedida que Maduro passou a realizar eventos similares, com o apoio de equipes de dublês montados em motos.
Com muitos eleitores do país da Opep insatisfeitos com o declínio dos padrões de vida e a estagnação do salário mínimo, alguns analistas acreditam que o governo terá dificuldades para superar as pesquisas de opinião que mostram uma vantagem do discreto González de quase 20 pontos sobre Maduro.
“Nunca antes a oposição teve uma diferença tão grande em uma eleição presidencial”, disse John Magdaleno, cientista político e diretor do grupo de consultoria Polity.
Ainda assim, medidas como a revogação do convite para observadores eleitorais da União Europeia geram dúvida generalizada sobre a confiabilidade da eleição de 28 de julho.
Há vislumbres de esperança para a oposição, que pediu ao Exército do país que defenda as instituições.
Em 2013, última vez que políticos da oposição participaram, quando Maduro gastou milhões de dólares em anúncios e exibições musicais para reunir seus apoiadores. Desta vez o governista Partido Socialista está gastando menos, dizem analistas.
Os gastos reduzidos, que analistas acreditam ser parte de um esforço de austeridade mais amplo para destacar a luta do partido contra a inflação, ajudou a equilibrar a disputa com a oposição.
Fonte: InfoMoney.