BRASIL – Nesta quinta-feira (4), a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, participou da 1ª edição do Ciclo de Debates Eleitorais 2024 do Parlamento do Mercosul, realizado em Assunção, Paraguai. Em seu discurso, reproduzido em vídeo durante o painel “Crimes virtuais e a desinformação política”, a ministra destacou os desafios da Justiça Eleitoral brasileira no mundo cibernético, principalmente no que se refere ao enfrentamento da desinformação.
“Mantemos colaborações com praticamente todas as plataformas digitais conhecidas, acordos abrangentes para o monitoramento contínuo de conteúdos sensíveis e a implementação de sistemas avançados de detecção precoce, com veloz reação da Justiça Eleitoral”, afirmou a ministra Cármen Lúcia.
Desafios no TSE
A presidente do TSE informou que o Tribunal investe em programas educativos para capacitar as eleitoras e os eleitores a discernir o que é verdadeiro e o que é falso. “Promovemos parcerias com agências de checagem e campanhas de sensibilização sobre os riscos dessas mentiras”, disse, incentivando as práticas de verificação de fatos antes de compartilhar informações em redes sociais.
Cármen Lúcia também ressaltou a necessidade de uma resposta regional coordenada para enfrentar o aumento alarmante da manipulação digital, que mina a confiança nas instituições democráticas e nos processos de votação. “Como líderes na defesa dos direitos democráticos, é preciso trabalharmos juntos no fortalecimento das nossas democracias”, declarou.
A ministra ainda defendeu a implementação de medidas não apenas de curto prazo, mas também estratégias de médio e longo prazos para proteger a integridade dos processos eleitorais. “No mundo cada vez mais conectado digitalmente, as máquinas são necessárias, mas o abuso delas pode diminuir a própria humanidade nas relações democráticas”, observou.
Novas tecnologias
O uso da inteligência artificial na campanha eleitoral foi outro tema abordado. Cármen Lúcia destacou os desafios impostos pelas novas tecnologias para criar conteúdos audiovisuais falsos e convincentes, como as deepfakes. “A capacidade para identificar e diminuir essas manipulações requer tecnologias avançadas e cooperação internacional”, afirmou.
A presidente do TSE reiterou a defesa dos princípios democráticos e a construção de uma sociedade mais justa, livre e solidária. “Estamos prontos para colaborar, aprender e avançar juntos nesta jornada vital para o futuro de nossas nações e para a consolidação de nossas democracias”, finalizou Cármen Lúcia, agradecendo pela oportunidade de participar do seminário e colocando o TSE à disposição dos parceiros do Mercosul.
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