O mercado de fundos imobiliários já soma mais de 2,7 milhões de investidores interessados principalmente na renda mensal gerada pelo produto. Mas gestoras observam espaço para o crescimento de FIIs que têm como estratégia o ganho de capital – e não necessariamente a recorrência na distribuição de dividendos.
Os fundos de desenvolvimento, que adotam esta característica não tão comum entre os FIIs, foram destaque no Funds Talk, evento promovido pela XP em São Paulo (SP). O encontro discute tendências no mercado de fundos listados.
“A nossa aposta nos próximos seis ou doze meses é no desenvolvimento de coisas que observamos [potencial] de crescimento”, revela Pedro Dalto, gestor da SPX, em painel que discutiu expectativas para os fundos de “tijolo” – aqueles que investem diretamente em imóveis.
Normalmente, esta classe de FIIs adquire imóveis como galpões, shoppings e lajes corporativas para a locação. No entanto, Dalto vê oportunidade no desenvolvimento destes espaços em áreas que não avançaram tanto nos últimos anos.
“Galpões no raio 60 [quilômetros de distância da cidade de] São Pulo e shoppings secundários cresceram pouco, além dos escritórios que não cresceram nada”, detalha.
Ele afirma ainda que os fundos imobiliários assumirão cada vez mais um papel relevante no desenvolvimento residencial seja na média e alta renda como também no perfil mais popular.
Felipe Teatini, da XP Asset, vai na mesma linha e vê potencial em fundos com vencimento e que não necessariamente distribuam dividendos mensais.
“Acreditamos muito neste nicho, temos alguns produtos interessantes de desenvolvimento e há um espaço grande [para a expansão deste segmento]”, confirma. “Fundos com estas características conseguem entregar hoje IPCA mais 15% ou até 20%, ou seja, um retorno bem competitivo”, pontua.
Ele reconhece que, tradicionalmente, o investidor de FIIs costuma buscar a renda passiva recorrente, mas observa uma evolução no mercado e demanda por fundos mais alternativos – que acabam distribuindo o lucro em intervalos maiores, após a finalização de um projeto, por exemplo.
“Já temos cheque para este tipo de produto, caracterizado por nichos e perfil de risco diferentes”, afirma. “A maturidade da indústria finalmente está chegando”, aponta.