O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, culpou as redes sociais em uma postagem no X, nesta segunda-feira (5), pela violência no país após diversos protestos eclodirem a favor e contra o governo do chavista no sábado (3).
Maduro foi reeleito para um terceiro mandato nas eleições do último domingo (28), segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) Venezuela. Contudo, a oposição e diversos países contestam o resultado enquanto os registros oficiais de votação não foram apresentados.
“Estamos recebendo um ataque cibernético por todas as Redes Sociais para preencher de ódio, dividir e justificar a violência na Venezuela. Foi um ataque que foi dissipado e controlado!”, escreveu Maduro em uma publicação no X.
No vídeo que Maduro publicou, o presidente venezuelano disse: “Acuso o TikTok e acuso o Instagram de sua responsabilidade na instalação de ódio, para dividir os venezuelanos, para buscar uma matança e uma divisão da Venezuela. Para trazer o facismo à Venezuela. Golpe de Estado ciberfacista e criminal.
Ele continua: “Mas para eles é vital ferir, desde dentro, a Força Armada Nacional Bolivariana e tentar dividir, desmoralizar e desmobilizar elas, porque eles seguem acreditando que os militares venezuelanos estão subordinados sob as ordens da oligarquia de sangue azul ou do império norte-americano. Por isso a campanha de assédio cibernético nas contas do WhatsApp, nas ligações, nas mensagens, nada de novo que não tenhamos visto nos outros filmes”.
A fala de Maduro no vídeo aconteceu durante o evento da comemoração do 87º Aniversário da Guarda Nacional Bolivariana, no domingo (4).
Depois de uma semana de tensão sobre os resultados da eleição presidencial no país, a polarização política tem se expressado nas ruas de várias cidades da Venezuela, com registros de episódio de violência e mortes.
Mais mil pessoas foram presas na Venezuela
Pelo menos 1.010 pessoas foram presas na Venezuela, 91 delas menores de idade, segundo informou nesta segunda-feira (5) a organização não governamental, Foro Penal. A organização registrou prisões em todos os 23 estados do país.
Na semana passada, o procurador-geral, Tarek William Saab, informou que, preliminarmente, 1.062 pessoas foram detidas na sequência dos protestos registados após as eleições presidenciais de 28 de julho.
Maduro disse a apoiadores no sábado (3) que cerca de 2000 pessoas foram presas durantes os protestos. A Human Rights Watch, com sede nos EUA, informou que pelo menos 20 pessoas foram mortas.