O ouro fechou em alta nesta terça-feira (20), depois de renovar seu maior nível histórico, e estendeu o rali pela quarta sessão consecutiva, impulsionado pelas tensões geopolíticas no Oriente Médio e incertezas do cessar-fogo entre Israel e Hamas.
Os ganhos, no entanto, foram limitados pela ampla valorização do iene, que compete com o metal precioso pela demanda por ativos seguros, e deterioração no sentimento do mercado de commodities.
Nesta terça, o ouro para dezembro fechou em alta de 0,36%, a US$ 2.550,60 por onça-troy (cerca de 31 gramas), na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
Durante a sessão, o metal renovou maior nível histórico a US$ 2.570,40 por onça-troy.
Segundo analistas da XS.com, a falta de progresso nas conversas de cessar-fogo entre Israel e Hamas deve continuar a ajudar no rali do metal precioso.
Ainda, além das tensões no Oriente Médio, os ganhos do ouro acontecem em um momento de expectativa dos mercados com o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, em Jackson Hole na sexta-feira.
No entanto, em relatório, o Commerzbank afirmou que não espera que o ouro tenha mais ganhos por enquanto, retomando alta significativa apenas em 2025. Segundo o banco alemão, o aumento é improvável porque o principal motivo por trás da alta do ouro tem sido a expectativa de cortes nas taxas de juros pelo Fed, já precificada pelo mercado.
“Além disso, o alto nível de preços provavelmente deixará sua marca na demanda física, como já era evidente no segundo trimestre. Também resta saber se os bancos centrais manterão seu alto nível de compras de ouro”, explica o documento.
O Bolton James, por outro lado, discorda da visão do Commerzbank e projeta uma alta ainda maior do metal.
“A combinação de taxas de juros mais baixas, um dólar mais fraco e uma forte demanda do banco central cria um ambiente altamente favorável para o ouro e é plausível que o ouro possa subir ainda mais”, defende.