O chanceler alemão, Olaf Scholz, prometeu nesta segunda-feira (26) intensificar as deportações, durante uma visita a Solingen, onde um esfaqueamento mortal ligado ao Estado Islâmico encorajou a oposição de extrema direita e alimentou as críticas à forma como seu governo lida com a imigração.
“Teremos que fazer tudo o que pudermos para garantir que aqueles que não podem e não têm permissão para permanecer na Alemanha sejam repatriados e deportados”, disse Scholz aos repórteres na cidade ocidental, onde depositou uma flor no local do crime.
“Isso foi terrorismo, terrorismo contra todos nós”, acrescentou.
O ataque, no qual um suspeito de 26 anos, membro do Estado Islâmico da Síria, é acusado de matar três pessoas, alimentou as tensões políticas sobre as regras de asilo e deportação antes das três eleições estaduais do próximo mês.
O grupo islâmico reivindicou a responsabilidade pelo ataque, que ocorreu na noite de sexta-feira (23) durante um festival que celebrava os 650 anos de história de Solingen. Além dos três mortos, oito ficaram feridos, alguns gravemente.
O partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que faz campanha pela repressão à imigração, está liderando as pesquisas na Saxônia e na Turíngia, onde as eleições estaduais estão marcadas para domingo (1°), e em Brandemburgo, que tem sua eleição em 22 de setembro.
O AfD aproveitou o ataque em sua campanha eleitoral, com o principal candidato do partido na Turíngia, Bjoern Hoecke, propondo aos eleitores a escolha de “Hoecke ou Solingen”.
O ataque aumenta a pressão sobre Scholz em um momento em que seus colegas social-democratas, juntamente com seus parceiros de coalizão, os Verdes e os Democratas Livres, atingidos por meses de disputas, estão atrás nas pesquisas.
Em um sinal de retórica mais dura do chanceler de centro esquerda, ele prometeu, em outubro de 2023, aumentar as deportações “em grande estilo” em uma entrevista ao semanário de notícias Spiegel – uma promessa que ele repetiu após sua visita ao local do ataque em Solingen.
Scholz disse que as deportações aumentaram em cerca de dois terços em comparação com os níveis de 2021.
“Mas isso não é motivo para sentarmos e relaxarmos”, acrescentou, dizendo que o governo estava procurando maneiras legais e práticas de aumentar os números.