BRASÍLIA – O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), esteve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quarta-feira (29) em mais uma reunião fora da agenda. “Esses dias eu liguei para o presidente da Câmara depois de uma briga que houve na Câmara, houve uns pontapés, uns tapas, uns socos. Eu liguei pro presidente Lira e falei: ‘Lira, eu acho que é o seguinte, cara: você precisa conversar com os deputados, os senadores, porque é o seguinte nós estamos promovendo um processo de degradação da função política”‘, afirmou.
Após o encontro no Planalto, o presidente da Câmara também esteve com possíveis candidatos na Residência Oficial da Câmara em busca de acordo para evitar que a disputa seja fragmentada.
Apesar da expectativa de aliados, Lira ainda não anunciou quem irá apoiar. Elmar Nascimento (União Brasil-BA) é o mais bem cotado.
“Sempre que eu posso falar com o presidente [do Senado], Rodrigo Pacheco (PSD-MG), com o presidente Lira, eu faço questão de dizer isso publicamente, porque, quando nós tomamos posse, parecia que ia ser uma situação degradante, todo dia briga com o Congresso. E eu confesso a vocês, eu já fui presidente outros dois mandatos e, sinceramente, eu nunca tive uma relação tão boa com o Congresso como eu estou tendo agora”, disse.
No Planalto, entretanto, ministros apontam dificuldades para o deputado, visto que as disputas na Bahia, reduto do ministro da Casa Civil, Rui Costa, e do líder do governo no Senado, Jaques Wagner.
Outro possível candidato é Antonio Brito (PSD-BA), nome próximo a Lula e com bom trânsito com a oposição.
Auxiliares de Lula, no entanto, têm pé atrás por conta da proximidade do presidente do PSD, Gilberto Kassab, com o governador Tarcísio de Freitas. Kassab é Secretário de Governo e Relações Institucionais do estado de São Paulo.
Marcos Pereira (Republicanos-SP) aparece, então, como eventual saída para atender tanto Lira quanto o governo. O parlamentar, no entanto, precisaria convencer o partido de Jair Bolsonaro a apoiá-lo. O PL tem a maior bancada da Casa: 95 deputados.
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Nos próximos dias, o presidente da Câmara também deve se reunir com o ex-presidente.