Um dia depois do bombardeio israelense a Beirute que causou a morte do líder do Hezbollah, novos episódios de violência ampliam a preocupação de uma guerra aberta entre o grupo libanês e Israel. Neste sábado (28), Israel fez um novo ataque à capital libanesa.
A fumaça pôde ser vista subindo dos subúrbios ao sul da cidade. As Forças de Defesa de Israel disseram ter realizado um ataque “preciso” no bairro sul de Dahiyeh.
Já os Houthis, que atuam no Iêmen e são aliados do Hezbollah dentro do Eixo da Resistência liderado pelo Irã, dispararam um míssil contra Tel Aviv, que foi abatido no ar.
Como consequência da escalada da crise, o governo israelense proibiu aglomerações com mais de mil pessoas pelos próximos dois dias.
A expectativa é de que não haja qualquer resposta do Hezbollah pelas próximas 72 horas, que serão provavelmente usadas para avaliar quem dos comandantes ainda está vivo e até que ponto é seguro se comunicar e se reunir.
EUA se manifestam
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, disse na sexta-feira (27) que os Estados Unidos estão determinados a proteger Israel contra o Irã e seus grupos aliados, expressando “total apoio” ao direito de Israel de se defender, durante duas ligações com o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant.
De acordo com um comunicado, os dois conversaram após o aumento dos ataques aéreos israelenses no Líbano esta semana, que mataram o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah.
Austin disse que os Estados Unidos estão comprometidos com a defesa de Israel e permanecerão na região para proteger as forças e instalações dos EUA. Austin também reiterou que os EUA impedirão o Irã e outros parceiros ou representantes de explorarem a situação no Líbano ou de expandirem o conflito.
Entenda o conflito entre Israel e Hezbollah
Israel tem lançado uma série de ataques aéreos em regiões do Líbano nos últimos dias.
Na segunda-feira (23), o país teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Segundo os militares israelenses, os alvos são integrantes e infraestrutura bélica do Hezbollah, uma das forças paramilitares mais poderosas do Oriente Médio e que é apoiada pelo Irã.
A ofensiva atingiu diversos pontos no Líbano, incluindo a capital do país, Beirute. Milhares de pessoas buscaram refúgio em abrigos e deixaram cidades do sul do país.
Além disso, uma incursão terrestre não foi descartada.O Hezbollah e Israel começaram a trocar ataques após o início da guerra na Faixa de Gaza. O grupo libanês é aliado do Hamas, que invadiu o território israelense em 7 de outubro de 2023, matando centenas de pessoas e capturando reféns.
Devido aos bombardeios, milhares de moradores do norte de Israel, onde fica a fronteira com o Líbano, tiveram que ser deslocados. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu promoteu diversas vezes fazer com que esses cidadãos retornem para suas casas.
No dia 17 de setembro, Israel adicionou o retorno desses moradores como um objetivo oficial de guerra.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades. O governo brasileiro também avalia uma possível missão de resgate.