A Fórmula 2 é o último passo dos pilotos antes da Fórmula 1, mas o título da categoria nos últimos anos não tem sido garantia de vaga no grid da F1.
Oscar Piastri foi campeão em 2021, e trabalhou como reserva da Alpine em 2022 antes de ganhar uma vaga na McLaren em 2023. Felipe Drugovich levou o título de 2022, mas desde 2023 é reserva da Aston Martin.
Quem passa pela situação agora é Théo Pourchaire. Campeão da F2 em 2023 pela ART Grand Prix, o francês não apenas ficou sem vagas na F1, como ainda tem sofrido para conseguir abrir portas em outras categorias.
“Estou saindo de um título de Fórmula 2. Foi um sonho, pensei que isso (vaga na F1) iria acontecer”, reconheceu, em entrevista a um podcast da Radio Monte Carlo publicada no último fim de semana. “O automobilismo é muito complicado. A Fórmula 1 é de difícil acesso”, completou.
Nas categorias de base, Pourchaire brilhou na Fórmula 4, conquistando o campeonato francês júnior em 2018 e o alemão em 2019. Nos anos seguintes, foi vice-campeão da Fórmula 3 em 2020 e da própria Fórmula 2 em 2022, perdendo o título para Felipe Drugovich. No ano seguinte, levou o campeonato.
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Em 2024, porém, as oportunidades foram poucas. O francês disputou apenas a primeira etapa da temporada da Super Fórmula no Japão pela equipe Impul, terminando apenas na 18ª colocação a prova em Suzuka. Uma experiência que ele descreveu como “outro mundo”.
“Ninguém fala inglês. A comunicação é muito complicada. É realmente 100% japonês. Eu estava longe da minha família. Para mim foi uma oportunidade, mas a única que tive durante o inverno”, descreveu.
Em abril, Pourchaire recebeu o convite da Arrow McLaren para disputar parte da temporada da Indy no lugar de David Malukas, deixando o automobilismo japonês. Foram apenas seis corridas entre abril e julho, tendo como melhor desempenho o décimo lugar em Detroit.
“Depois de duas corridas, disseram que iriam assinar um contrato até o final da temporada, e eu fiquei superfeliz”, disse o francês, que foi substituído pelo norte-americano Nolan Siegel na reta final do campeonato. “Não me deram muitos motivos. Estou feliz por ter conseguido aparecer, mas decepcionado porque fui demitido no meio da temporada. Veio no pior momento.”
Desde 2023, Théo Pourchaire é também piloto reserva da Sauber – que corria como Alfa Romeo antes de 2024 – na Fórmula 1. Por isso, espera ter a chance de brigar por uma vaga no time em 2025 ao lado de Nico Hulkenberg.
“Sinto-me muito mais maduro do que há um ano. Aprendi a pensar de forma diferente. Sinto-me mais preparado para entrar num carro e dar tudo de mim. Vou aproveitar todas as oportunidades que me forem dadas”, disse Pourchaire, reconhecendo que as chances são pequenas.
“Acho que a equipe ainda não fez a sua escolha. Espero ser escolhido, mas ainda pode ser complicado.”
Sem saber para onde vai, Théo Pourchaire procura vagas. Agora, o WEC é uma opção. “Meu desejo é pilotar. A F1 é o maior sonho. A Indy me deixaria feliz. Tive muito contato, mas é uma categoria de difícil acesso. Também gostaria de fazer endurance nos hypercars”, listou.