O bicheiro Rogério Andrade, preso no mês passado no Rio de Janeiro, foi transferido para o presídio federal de segurança máxima de Campo Grande nesta terça-feira (12).
Rogério Andrade chegou ao presídio de Campo Grande por volta das 15h56 (horário local) e vai ficar em isolamento por 20 dias, seguindo procedimento padrão para detentos que dão entrada na penitenciária.
A transferência do bicheiro foi determinada pela 1ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio. Rogério estava preso desde o mês passado na Penitenciária de Segurança Máxima de Bangu 1, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Conforme o Sistema Penitenciário Federal, a cela onde o bicheiro está tem 6 m² e possui cama, banco, escrivaninha, prateleiras, vaso, pia e chuveiro. O contraventor também recebeu o kit padrão entregue aos presidiários com uniformes (bermuda e calça, camiseta e blusa de frio) e materiais de higiene pessoal (escova e pasta de dente, sabonete, desodorante e toalha).
O contraventor passará por avaliação do seu quadro clínico feito por médicos, psicólogos, dentista, assistentes socais e outros profissionais durante o tempo do isolamento. Rogério Andrade terá direito a banho de sol individual, em solário que fica anexo à cela.
Após 20 dias, ele será transferido para uma cela de 7 m² com o mesmo padrão do isolamento. Rogério Andrade terá direito a banho de sol com, no máximo, 12 presos, visitas semanais pelo período de três horas e contato com o advogado por uma hora. Os encontros com a defesa poderão ser semanal.
Segundo decisão do juiz Iamassaki Fiorentini, da 1ª subseção judiciária de Campo Grande, o contraventor vai ficar preso por um ano no presídio federal.
Na unidade em Campo Grande, Rogério Andrade deverá conviver com outros presos como:
- Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, o mais temido miliciano do Rio;
- Deputado federal Chiquinho Brazão, apontado como um dos mandantes do assassinato da vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL);
- E Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, um dos chefões do Comando Vermelho.
Maior contraventor do RJ
Rogério Andrade, patrono da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, é considerado o maior contraventor do Rio de Janeiro. Ele é acusado de ser o mandante da morte do rival Fernando de Miranda Iggnácio, em 2020.
Iggnácio era genro de Castor de Andrade, um dos chefões do jogo do bicho no Rio de Janeiro que morreu de infarto em 1997. Considerado favorito pelo sogro, ele assumiu esse império deixado por Castor e o expandiu com máquinas de caça-níqueis.
Rogério é sobrinho de Castor e sempre teve desavenças com o Iggnácio. No fim dos anos 90, Rogério decidiu investir também no caça-níquel e passou a invadir parte do negócio de Iggnácio, dando início a uma guerra sangrenta na família: pelo menos 50 pessoas foram assassinadas na disputa.