Portaria do Ministério da Casa Civil, publicada nessa segunda-feira (2/12), designou o delegado Leandro Almada da Costa para exercer a função de Diretor de Inteligência da Polícia Federal. Ele entra no lugar de Rodrigo Morais Fernandes, o qual foi o responsável por investigar a facada que o então candidato Jair Bolsonaro (PL) recebeu na campanha eleitoral de 2018.
A Diretoria de Inteligência é responsável por inquéritos sensíveis, como, por exemplo, as joias sauditas recebidas por Bolsonaro, o 8 de janeiro, as denúncias contra o ex-ministro Silvio Almeida e o inquérito contra a deputada Carla Zambelli e o hacker Walter Delgatti, além da chamada “Abin Paralela”.
Novo diretor
Leandro Almada da Costa atuou como superintendente da PF no Rio de Janeiro e teve destaque na resolução do caso Marielle Franco e Anderson Gomes.
Ele foi o delegado responsável por concluir que houve obstrução na investigação da morte da vereadora e do motorista, ainda antes da federalização. E ele também indicou a existência de uma organização criminosa que atrapalhava as apurações.
Já como chefe da PF no Rio de Janeiro, no ano passado, foi o responsável, com a equipe dele, por fechar duas delações dos assassinos confessos, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, apontando os supostos mandantes, e finalizar o caso.
Adido em Londres
O ex-diretor de Inteligência da PF, Rodrigo Morais Fernandes, foi enviado pelo governo Lula para ser adido da Polícia Federal na Embaixada do Brasil em Londres.
Em 2018, durante a campanha eleitoral, ele era delegado regional de Combate ao Crime Organizado em Minas Gerais e comandou a apuração sobre o atentado contra Bolsonaro.
O delegado concluiu que Adélio Bispo, responsável pela facada, agiu sozinho e que não houve um mandante contra a vida do então candidato à Presidência da República.
Após concluir as investigações, Fernandes ganhou uma promoção do governo Lula. Em fevereiro de 2023, logo no início do terceiro mandato do petista, ele foi nomeado diretor de Inteligência da PF e seguiu atuando em casos que envolvem o ex-presidente.