A oposição da Coreia do Sul apresentou ao Parlamento um novo pedido de impeachment do presidente Yoon Suk Youl, nessa quinta-feira (12/12). No último sábado (7/12), o presidente foi salvo da primeira votação de impedimento, que não avançou em razão do boicote do próprio partido.
Horas antes da formalização do novo pedido de impeachment, o presidente sul-coreano fez um discurso televisionado e subiu o tom contra os deputados da Assembleia Nacional. Yoon sugeriu que as eleições legislativas do país foram hackeadas pela Coreia do Norte e descartou renunciar ao cargo, prometendo “lutar até o fim”.
Yoon está no centro de uma crise política, que se agravou após ele ter decretado uma lei marcial, que restringe direitos civis, no dia 3 de dezembro, sob o pretexto de “identificar elementos pró-Coreia do Norte” em seu governo. A medida também visava fechar a Assembleia Nacional, mas acabou fracassando e rejeitada pelos próprios deputados.
O Parlamento sul-coreano confirmou que seis partidos apresentaram a nova moção de impeachment, incluindo o Partido Democrático, principal da oposição. O documento entregue sugere votação dos parlamentares no próximo sábado (15).
Eleições hackeadas
O presidente também é alvo de uma investigação por insurreição. A polícia sul-coreana tentou realizar uma operação de buscas em seu gabinete, mas foi impedida pela segurança do local. Além disso, o ex-ministro da Defesa, que teria sido o mentor da medida, foi preso.
No pronunciamento desta quinta, Yoon acusou a oposição de tentar tirá-lo do cargo e afirmou que decretou a lei marcial para preservar o país de uma “ditadura parlamentar de oposição”. Ele ainda negou que estivesse tentando destruir a Constituição da Coreia do Sul.
“Lutarei até o fim para impedir que as forças e os grupos criminais responsáveis por paralisar o governo e alterar a ordem constitucional do país ameacem o futuro da República da Coreia. Vou enfrentar impeachment, investigações e o que mais vier”, afirmou.
Yoon também defendeu a lei marcial que decretou e fez ataques à Comissão Eleitoral, órgão máximo das eleições sul-coreanas. Ele tentou justificar a medida, afirmando que a lei marcial é um ato de governo que não está sujeito à revisão judicial.
A lei marcial
O presidente da Coreia do Sul pegou o país de surpresa ao anunciar que estava decretando uma lei marcial, no dia 3 de dezembro. A medida gerou uma série de reações negativas e protestos.
Ao anunciar a lei marcial, o presidente Yoon fez críticas à oposição. “Declaro lei marcial para proteger a livre República da Coreia da ameaça das forças comunistas norte-coreanas”, disse.
O decreto veio em um contexto de baixa aprovação do presidente e de trocas de farpas com a Assembleia Nacional, controlada por deputados da oposição.