Vinícius pegou a bola ainda quando o árbitro Jesús Valenzuela estava revisando a falta sofrida por Lucas Vázquez dentro da área no VAR. Bateu o pênalti, viu a bola resvalar no goleiro Moreno antes de entrar e saiu para o abraço. Era a coroação do 14º título pelo Real Madrid um dia após ser eleito o melhor jogador do mundo.
Cada ação do camisa 7 era observada com mais atenção em relação aos outros 21 jogadores em campo. O brasileiro foi o jogador mais aplaudido antes, durante e depois do apito final. Talvez um reconhecimento pelo prêmio que recebera no dia anterior, também em Doha.
Aplaudido e com nome gritado no anúncio das escalações, o brasileiro se sentiu em casa. Todo toque vinha com uma emoção diferente vinda das arquibancadas. O Lusail estava aos seus pés.
Em campo, Vini começou animado. O primeiro lance no jogo foi um drible de corpo para cima do lateral Rodríguez — o suficiente para fazer os mais de 69 mil presentes no estádio levantarem. A torcida pelo Real Madrid era maioria, mas a impressão é que havia uma vibração particular pelo brasileiro.
E ele correspondeu. O Pachuca, principalmente no primeiro tempo, foi valente e tentou equilibrar as ações como pôde. Coube a Vini derrubar qualquer esperança mexicana. Após receber passe de Bellingham, deixou o goleiro Moreno no chão com drible desconcertante e rolou para Mbappé apenas completar para o fundo das redes.
Os Merengues baixaram o ritmo no segundo tempo, mas Vini seguiu sendo um dos principais pontos de criatividade da equipe de Ancelotti.
A atuação — e, claro, a premiação de melhor do mundo — foi coroada com o gol de pênalti. O brasileiro foi eleito o melhor jogador da partida e o melhor atleta da Copa Intercontinental.
— Todo mundo sabe que vim de baixo, como falei ontem, que a pobreza e o crime andam lado a lado. Eu poder ter a possibilidade de representar todos os brasileiros é o que sempre falo que é possível. Eu batalhei muito. Muitas vezes falavam que eu não ia vestir a camisa do Real Madrid, que não ia poder fazer tantos gols e eu nunca respondi ninguém — afirmou o atacante após a partida.
Acostumado a aparecer em finais
Foi a 12ª final de Vini Jr. pelo Real Madrid. O brasileiro soma oito gols e seis assistências em decisões pelo clube espanhol — são 14 participações diretas em 12 partidas.
— Foi uma semana muito bonita para mim, para todos os jogadores que jogaram comigo, principalmente os jogadores do Real Madrid, que fizeram tudo por mim, me dão liberdade, me ajudam todos os dias — completou o camisa 7.