Em meio ao descontrole do câmbio e a tentativa desenfreada do Banco Central (BC) de conter a alta do dólar, a percepção de risco em relação aos investimentos de estrangeiros no país acompanha o montante dispensado pela autarquia para aplainar o valor da moeda americana — e o nível da taxa de câmbio.
Desde a quinta-feira (12), o BC já vendeu mais de US$ 23,75 bilhões em ofertas à vista e os chamados leilões de linha — com compromisso de recompra.
A cotação da moeda americana chegou a R$ 6,30 na quinta-feira (19), em meio à tentativa do BC de conter o avanço da moeda e a inércia do governo de demonstrar qualquer compromisso novo em torno do descontrole fiscal.
Em meio à queima de dólares para conter o avanço do dólar, o Credit Default Swap (CDS) avançou de 163 em 11 de dezembro para 218 pontos nesta sexta-feira (20), alertando para a percepção de risco prejudicada pela ausência de sinalizações do governo em torno da melhora das contas públicas e o esvaziamento do já minguado pacote fiscal.
O CDS é um índice financeiro utilizado para proteger investidores contra o risco de calote em títulos de dívida. Na prática, ele funciona como um seguro: quem compra um CDS paga um prêmio para ter o direito de receber uma compensação caso o emissor da dívida, como um governo, deixe de cumprir suas obrigações.
A alta nos preços dos CDS reflete a percepção de aumento do risco de calote do país, enquanto quedas indicam uma melhora na confiança dos investidores.
O indicador é amplamente utilizado como um termômetro de risco nos mercados internacionais e afeta o custo de financiamento de países e empresas.